Justiça determina que Cesan suspenda lançamento de esgoto em rio de Anchieta
A decisão foi emitida a partir de pedido da Promotoria de Justiça do município, que apontou falhas na operação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) local.

Após ação civil pública movida pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), a Justiça ordenou que a Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) interrompa, no prazo de 48 horas, qualquer lançamento irregular de efluentes no Rio Benevente, em Anchieta. A decisão foi emitida a partir de pedido da Promotoria de Justiça do município, que apontou falhas na operação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) local.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiDe acordo com a decisão, a Cesan deverá manter a ETE em funcionamento apenas em caráter emergencial e dentro dos limites legais, sob fiscalização direta do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). Além disso, a companhia terá 15 dias para apresentar um plano emergencial de adequação estrutural e operacional da unidade, incluindo medidas corretivas e cronograma detalhado de execução, que será submetido à avaliação do órgão ambiental competente.
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A Justiça também determinou que a empresa realize monitoramento contínuo da qualidade da água do rio e do corpo receptor, com entrega de relatórios a cada 60 dias. Enquanto durar o processo judicial, ficam proibidas obras ou intervenções na área do Sambaqui Porto do Mandoca, região de relevância arqueológica e cultural reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Em caso de descumprimento das medidas, a decisão estabelece multa diária de R$ 10 mil, limitada inicialmente a R$ 100 mil, podendo ser ampliada se houver desobediência. A Justiça ainda determinou a intimação imediata da Cesan e a comunicação formal ao Ibama, ao Iema e ao Iphan, para que acompanhem a execução das determinações e apresentem relatórios técnicos sobre o caso.
Ao fundamentar a decisão, o juízo da 1ª Vara de Anchieta destacou o interesse público da ação e a relevância social e ambiental do episódio. O magistrado ressaltou a importância ecológica e cultural do Rio Benevente e do sítio arqueológico Sambaqui Porto do Mandoca, considerado patrimônio histórico da União.
A ação civil pública foi proposta pelo MPES com base em inquérito civil que reuniu denúncias de moradores e laudos técnicos elaborados por órgãos ambientais e de patrimônio, que comprovaram falhas na ETE de Anchieta e o despejo irregular de esgoto no rio, em desacordo com as normas ambientais.
O que diz a Cesan
“Embora o registro do fato seja de 2018, a Cesan esclarece que a Estação de Tratamento de Esgoto de Anchieta e seu emissário operam com projeto aprovado e licenciado pelo Iema, seguindo rigorosamente os padrões ambientais. A Companhia mantém diálogo permanente com a comunidade e órgãos de controle, realiza ações de educação ambiental e está comprometida com a revitalização e apoio à recuperação do Porto Mandoca previsto para 2026”, afirmou a companhia em nota.