Proposta prevê criação de Delegacia de Crimes Raciais no Espírito Santo
A medida prevê uma estrutura especializada para apurar, prevenir e reprimir delitos motivados por discriminação racial, étnica ou religiosa

A deputada Iriny Lopes (PT) encaminhou ao governo do Estado a Indicação 1.429/2025, na qual solicita a criação de uma Delegacia de Crimes Raciais e de Intolerância Religiosa, com sede na Capital e atuação em todo o Espírito Santo. A proposta prevê uma estrutura especializada para apurar, prevenir e reprimir delitos motivados por discriminação racial, étnica ou religiosa, oferecendo maior proteção às vítimas e fortalecendo a eficiência investigativa.
A parlamentar alerta para o aumento de casos de violência e discriminação motivados por preconceito e ataques às liberdades individuais. Ela recorda que a Constituição Federal de 1988 classifica o racismo como crime inafiançável e imprescritível, além de assegurar a liberdade de consciência e de crença.
Leia também: Ananda vai à delegacia após áudio racista de Ana Paula Miner
Apesar disso, afirma Iriny, muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para registrar ocorrências, especialmente em situações envolvendo intolerância religiosa. Na justificativa da matéria, ela cita dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) que apontam mais de 10 mil denúncias de intolerância religiosa no país entre 2019 e 2023, com maior incidência contra praticantes de religiões de matriz africana. Informações do Disque 100 também mostram que as denúncias de racismo cresceram 43% entre 2021 e 2022.
A deputada lembra ainda que o Plano Estadual de Equidade Racial do Espírito Santo (Plaesper/ES) já prevê, em sua diretriz 2.9, a necessidade de estudos para a criação de uma delegacia especializada voltada ao enfrentamento de crimes ligados ao racismo estrutural, institucional e religioso, com foco na garantia dos direitos de culto e crença.
Para Iriny, a implantação da nova delegacia representaria um avanço no fortalecimento das políticas de proteção aos direitos humanos. Em sua avaliação, a medida ampliaria a capacidade investigativa, garantiria acolhimento adequado às vítimas e reforçaria o combate à impunidade, além de reafirmar o compromisso do Estado com a construção de uma sociedade mais plural, justa e respeitosa.
A Indicação Parlamentar 1.429/2025 foi aprovada na sessão ordinária do dia 8 de outubro e encaminhada ao Executivo Estadual para análise.
Informações da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales)