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As cidades inteligentes

A conexão entre a palavra “inteligente” e a qualidade de vida do cidadão descreve quando o gestor público consegue atingir o caminho

8 mins de leitura

em 06 de maio de 2024, às 09h35

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Por Jales Cardoso Soares Junior     

A conexão entre a palavra “inteligente” e a qualidade de vida do cidadão descreve quando o gestor público consegue atingir o caminho para alcançar a Cidade Inteligente. Discorrendo sobre o fator inteligência das cidades, podemos observar o comportamento das políticas públicas nos municípios, e isso nos deixa curiosos a respeito da pergunta que eu mais ouço das pessoas com quem converso sobre inovação: seria uma utopia a Cidade Inteligente? A partir dessa pergunta, vamos analisar os caminhos percorridos pelas pessoas que encontraram seus anseios.

Em um breve parêntese sobre Inteligência, observemos o contexto literal da palavra, que é definida principalmente como “capacidade de compreender e resolver novos problemas e conflitos e de adaptar-se a novas situações”. A partir disso, é possível estabelecer uma ligação com a vida nas cidades e entender como é o primeiro degrau da busca pelas Smart Cities. Assim, eu me pergunto: quem deve ter essa capacidade de compreender os desafios das cidades em resolver os problemas? A respeito da inovação, temos uma linha de Tríplice Hélice, na qual reunimos a Academia, o Governo e as Empresas. Essa deveria ser a linha de atuação dentro da gestão pública, pois, quando buscamos os gestores, não identificamos, em sua grande maioria, a conexão dessas hélices, e menos ainda como resolver os problemas da cidade. Isso ocorre porque vemos apenas a onda da política eleitoreira e mitos criados. Nos assusta quando vemos a incapacidade da grande maioria dos eleitores em entender as propostas de seus gestores, ou candidatos a gestores, nas quais um simples “Ihuuuu” faz pessoas acreditarem que encontraram o mito perfeito na política brasileira, sem quaisquer indícios de julgamento de poderes ou atores da política. Dito isso, devemos ser mais criteriosos nas nossas análises, talvez devêssemos cobrar mais a comunicação clara de seus objetivos na gestão pública. Ora, por que discorrer sobre política e gestão pública? Simples! Esses eixos estão diretamente ligados à evolução da inovação das cidades inteligentes. E como vamos buscar uma Cidade Inteligente sem encontrar na gestão pública propostas claras para isso? Talvez com menos amadores e propostas eleitoreiras de salvadores. Nós não precisamos ser salvos por políticos com promessas vazias, mas precisamos que os gestores iniciem essa busca constante de resolver os problemas das cidades, para enfim melhorar a qualidade de vida para seus cidadãos e permitir com que a cidade e os cidadãos evoluam.

Para além da teoria, podemos observar Curitiba, uma de minhas preferidas cidades no mundo e que aprecio a excelente conquista inteligente. Seu prefeito, em uma entrevista deste ano de 2024, cita importantes conquistas que realmente melhoram a qualidade de vida das pessoas:

“Prefeito de Curitiba diz que vontade de fazer do governante é o que impulsiona as cidades, O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, disse nesta quarta-feira (20/3), primeiro dia da Smart City Expo Curitiba 2024, que a tecnologia é uma ferramenta para a transformação das cidades, mas a inteligência, a vontade do governante de fazer, de realizar, é o que realmente importa.

Greca citou o aplicativo Saúde Já, que pode ser usado pelo cidadão para acessar serviços da Saúde do município, inclusive consultas. ´Isso nos permite não ter que construir mais uma ou duas unidades de pronto atendimento, por exemplo´, citou o prefeito.”

Fonte: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/prefeito-de-curitiba-diz-que-vontade-de-fazer-do-governante-e-o-que-impulsiona-as-cidades/72728.

Estive diversas vezes em Curitiba, onde pude ver de perto todas essas políticas em prática. Ao analisar o discurso do prefeito da cidade, podemos notar o quão importante é o gestor público na evolução de uma cidade e na devolução, em qualidade de vida, dos suados impostos pagos pelos cidadãos. Também é preciso destacar que o Governo do estado do Espírito Santo, sob a liderança do Governador Renato Casagrande e toda sua equipe de Governo, está em busca constante por inovação. O Secretário de Estado de Ciências, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, Bruno Lamas, assinou um acordo de cooperação técnica de inovação com o estado do Paraná, a fim de criar conexões entre os ecossistemas e as políticas públicas, além de compartilhar as boas práticas de inovação no estado com o Paraná. Ou seja, uma via de mão dupla. Observem como é importante a gestão de líderes ousados e, também, a capacidade de buscar a verdadeira mudança na vida de seus cidadãos. O objetivo claro é realmente entregar igualdade na prática, por meio de políticas públicas sérias e comprometidas com seu povo. Estamos para além de um estado organizado. Destaco, também, uma fundação de amparo à pesquisa, a FAPES, forte e com uma equipe competente sob a liderança de seu Diretor Rodrigo Varejão. Da mesma forma, a Diretoria de Inovação tem contribuído muito para a evolução constante do ecossistema, e, em conjunto com a SECTI, possui entregas robustas para o povo capixaba. Falando em entregas, na mesma entrevista do prefeito de Curitiba, temos dois líderes que destacaram a evolução de seus municípios quanto Cidades Inteligentes:

“O prefeito de Santa Rita do Sapucaí, Wander Wilson, deu o exemplo de uma cidade pequena que investe em tecnologia. O município mineiro tem 40 mil habitantes e há mais de 60 anos vem implementando projetos de educação tecnológica “A educação de base tecnológica transformou nossa cidade. Hoje temos 170 empresas desta área, que geram 14 mil empregos e têm um faturamento anual de R$ 3,5 bilhões”, contou Wander Wilson.

“Rogério Lins, prefeito de Osasco (SP), está à frente de um município jovem – tem 62 anos – que passou a ser a “cidade dos serviços” depois que a administração pública investiu em um projeto ousado para atração de empresas, inclusive com a redução de impostos. ´Temos um quarto dos unicórnios (startups com avaliação de mercado superior a 1 bilhão de dólares) do Brasil. Esse projeto fez com que nossa arrecadação saltasse de R$ 1 bilhão para R$ 5 bilhões num prazo de sete anos´, disse Lins”                                                                                      

Fonte: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/prefeito-de-curitiba-diz-que-vontade-de-fazer-do-governante-e-o-que-impulsiona-as-cidades/72728.

Observem atentamente as falas acima. Os prefeitos trouxeram as mudanças na prática, e assim finalizamos a conexão entre a palavra inteligente e a qualidade de vida do cidadão. Examinem os exemplos de um município que teve ampliada sua receita cinco vezes em apenas sete anos, aumentando assim a capacidade do gestor e reinvestir em saúde, educação, saneamento e obras estruturantes na cidade, e muito mais renda para o cidadão, possibilitando sua melhor qualidade de vida, sem a hipocrisia maquiavélica do “pão e circo”. Já passamos do momento de abolir este discurso e praticar a boa gestão. Podemos então concluir que, não existe Cidade Inteligente sem ciência, tecnologia, inovação, e, acima de tudo, não existe Cidade Inteligente sem gestores comprometidos com seu povo, com sua história. Para muito além dos discursos, que possamos observar nos 78 municípios do estado as políticas e propostas efetivas sobre o tema e o assunto. Este ano é um momento de muitas aspas, por isso, terminarei a maioria dos artigos chamando a atenção do leitor para o ano eleitoral. Vamos analisar o comportamento dos gestores e candidatos, quem realmente traz a capacidade de gestão pública e de conectar a Tríplice Hélice do ecossistema de inovação. Devemos buscar as melhores propostas, e, acima de tudo, chega de aventureiros! Seguimos em busca de dias melhores.

Texto revisado por Lays Sabrina Sabonaro

Jales Cardoso Soares Junior é Bacharel em Ciências Contábeis, assessor Especial na Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti-ES), e coordenador de várias ações e programas no Governo do Espírito Santo.

As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM

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