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Desmistificando a China

Após reformar seu sistema econômico nos anos 70, a China passou a crescer numa velocidade inegavelmente alta, tornando-a a segunda maior economia do mundo ao ultrapassar o Japão em 2010. Ainda que o país do meio seja considerado como em desenvolvimento e de renda média, muitos de nós têm o hábito de associá-lo à exploração […]

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em 08 de abr de 2022, às 17h41

Após reformar seu sistema econômico nos anos 70, a China passou a crescer numa velocidade inegavelmente alta, tornando-a a segunda maior economia do mundo ao ultrapassar o Japão em 2010. Ainda que o país do meio seja considerado como em desenvolvimento e de renda média, muitos de nós têm o hábito de associá-lo à exploração do trabalhador e a produtos de baixa qualidade.

Ao começar pelos dados, entre 2017 e 2018 o PIB per capita chinês, tanto nominalmente quanto em Paridade do Poder de Compra, ultrapassou o brasileiro. Pode-se dizer o mesmo atinente aos salários, a remuneração média das fábricas chinesas também superou a nacional. Portanto não faz sentido estigmatizar a maior população de mundo como “mão de obra escrava”, trata-se de uma visão anacrônica, além de preconceituosa.

É louvável e digno de elogios a trajetória econômica chinesa nas últimas décadas, todavia há problemas estruturais que não podem ser deixados de lado. O pesquisador Thomas Piketty, calculou que a fortuna dos 10% mais ricos subiu de 27% (anos 70) para 41% (2015), ou seja, o crescimento econômico ocorreu, mas não foi dividido com as demais classes sociais.

Outro ponto de enfoque remete à estagnação da produtividade, à medida que os salários sobem e as fábricas de baixo valor agregado rumam para outros países asiáticos, a exemplo do Vietnã, tem-se a necessidade de aumentar a produtividade geral, entretanto os dados mostram que ela cresce lentamente e está bem próxima de estagnar. A partir do momento em que a produtividade parar de crescer, certamente os chineses perderão alguns pontos percentuais de crescimento, logo a solução passa pelo aumento na eficiência dos processos produtivos.

Apesar dos pontos positivos e negativos, há de se esperar que a China se torne a maior economia do mundo dentro de algumas décadas. Diferentemente dos EUA, que crescem constantemente há dois séculos seguidos, o desafio dos orientais será manter o crescimento pelas próximas décadas, sem cair em armadilhas econômicas ou problemas demográficos. Talvez dentro de algumas décadas o brasileiro almejará ser tão rico quanto um chinês, o tempo dirá.

Contato: rafa.frossard (Instagram)

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