Desde semana passada a invasão russa à Ucrânia causou um alvoroço nas redes sociais, a despeito de todas as fake news e boatos espalhados, uma figura interessante surgiu repentinamente: os especialistas em guerra na Ucrânia. É impressionante notar como, até mesmo aquele vizinho que não sabe localizar a Rússia no mapa-múndi, finge saber mais sobre geopolítica do que os melhores professores de relações internacionais.

Coincidentemente, o efeito Dunning -Kruger explica consideravelmente o comportamento de nossos compatriotas. No século XX, dois cientistas americanos, David Dunning e Justin Kruger, descobriram que nós superestimamos nossas habilidades em várias áreas. Tomando como exemplo o conflito na Ucrânia, muitos brasileiros viraram “especialistas” do dia para a noite, a ponto de se acharem mais inteligentes do que os verdadeiros profissionais que estudam a temática.

De todas as análises mirabolantes que tive a oportunidade de ler, destaco a responsabilização do conflito ao presidente ucraniano Volodymyr  Zelensky. O político assumiu o cargo em meados de 2019, consideravelmente antes da anexação da Crimeia e dos protestos de 2014, ou seja, pegou o país à beira do precipício e com muitas instabilidades. Ademais, diferentemente do que muitos líderes fariam, Zelensky não abandonou seus compatriotas e participa da guerra junto com seu povo.

Na guerra a primeira vítima é a verdade, por isso sugiro que, antes de nos brindar com informações falsas ou argumentos sem embasamento, procure se informar em canais confiáveis e estudar com afinco. Nem os melhores internacionalistas, economistas, cientistas políticos e afins têm a capacidade de compreender todas as nuances do conflito, muito menos nós.