Palavras bonitas não são o suficiente
O descaso do governo Bolsonaro em relação ao desmatamento da Amazônia gerou duras críticas da mídia, de ONGs e da comunidade internacional
2 mins de leitura
em 20 de set de 2024, às 16h19
Por Rafael Altoé Frossard
O descaso do governo Bolsonaro em relação ao desmatamento da Amazônia gerou duras críticas da mídia, de ONGs e da comunidade internacional. Muitas dessas críticas foram justificadas, considerando o papel crucial do bioma nas mudanças climáticas. No entanto, o governo atual, que prometeu avanços nesse campo durante a campanha eleitoral, acumula fracassos significativos em quase dois anos de mandato.
Recentemente, a Amazônia se tornou a maior emissora de carbono do planeta, com 2,3% da floresta destruída em um curto período. A seca na região, a pior dos últimos 74 anos, tornou os incêndios uma tragédia previsível. O governo petista estava ciente dessa possibilidade, mas falhou em tomar medidas preventivas para evitar a catástrofe.
Na prática, pouco tem sido feito para preservar a Amazônia. A esquerda brasileira parece ter se aproveitado da pauta ambientalista como plataforma eleitoral, sem demonstrar um compromisso real com a proteção de um dos ativos mais valiosos do planeta. A recente promessa de Lula de concluir a BR-319, por exemplo, vai na contramão dos esforços de preservação ambiental.
O grande problema é a apatia da sociedade civil diante do descaso dos governos, sejam eles de direita ou esquerda, em relação à agenda climática. Onde estão os artistas brasileiros, que antes se manifestavam? E os líderes europeus, que tanto criticavam o desmatamento na gestão Bolsonaro? Alguém vai cantar “salve a Amazônia” novamente ou será que tudo não passou de oportunismo?
Neste momento, palavras bonitas não são suficientes. O que realmente precisamos são vozes influentes, dispostas a se comprometer de verdade e mobilizar a sociedade em prol da preservação da Amazônia. Mais do que discursos, são necessárias ações concretas e urgentes para evitar que essa crise ambiental se torne a maior tragédia da história do Brasil.
** Rafael Altoé Frossard é Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do AQUINOTICIAS.COM
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