Transformações no Reino Unido
David Cameron. Theresa May. Boris Johnson. Brexit. Pandemia. Inflação. Liz Truss. Morte da Rainha. De fato, muitas transformações aconteceram no Reino Unido de 2016 até o presente momento. Há uma infinidade de assuntos a serem explorados, porém, tentarei resumi-los nesta coluna. Em 2016 o então primeiro-ministro, David Cameron, cumpriu a promessa de submeter o Reino […]
em 14 de set de 2022, às 12h04
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David Cameron. Theresa May. Boris Johnson. Brexit. Pandemia. Inflação. Liz Truss. Morte da Rainha. De fato, muitas transformações aconteceram no Reino Unido de 2016 até o presente momento. Há uma infinidade de assuntos a serem explorados, porém, tentarei resumi-los nesta coluna.
Em 2016 o então primeiro-ministro, David Cameron, cumpriu a promessa de submeter o Reino Unido a um plebiscito de saída da Comunidade Comum Europeia. Por conseguinte, a maioria dos britânicos (51,9%) decidiram pelo “exit”, assim, em 31 de janeiro de 2020, Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales se retiraram oficialmente do bloco.
Cameron era contra o Brexit, logo, renunciou ao cargo. Para conduzir a difícil missão de negociar a saída da UE, Theresa May foi a escolhida para liderar o Partido Conservador. Após sucessivos fracassos em convencer o parlamento, May se viu encurralada tanto pelos conservadores quanto trabalhistas. Então, mais uma renúncia ocorre.
Boris Johnson foi o próximo a ser moído pela estrutura de poder britânica. As negociações para o Brexit foram bem-sucedidas e tudo correu bem até a pandemia. Com o advento da covid-19 a economia do Reino Unido sofreu uma forte recessão, além disso, o fechamento das cadeias de comércio e a saída da UE intensificaram o aumento da inflação.
Diante de alguns escândalos pessoais e de todos os problemas econômicos. Johnson torna-se o terceiro primeiro-ministro seguido a renunciar. Em seu lugar a selecionada é Liz Truss, que prometeu combater o problema da inflação e ser mais dura com a Rússia em relação ao conflito na Ucrânia.
Pode-se dizer que Liz Truss é tão adaptável quanto um camaleão. Rumou da esquerda liberal para a direita conservadora. Mostrou-se contra o Brexit, depois passou a apoiá-lo. Era contra a monarquia, o mesmo poder que legitima seu cargo atual. Coincidentemente, pouco tempo depois à posse a rainha veio a falecer.
A atual primeira-ministra, a terceira na história, terá muitos desafios pela frente. Ela prometeu cortar impostos, mas essa proposta é apenas populismo barato, não resolverá o problema da alta inflacionária, que tem como causa principal os choques de oferta da pandemia e Rússia-Ucrânia. Além disso, o NHS passa por problemas, com altas filas de espera e sucateamento dos serviços ofertados.
As transformações pelas quais o Reino Unido passa são um tempero de tudo que está acontecendo na Europa, aliado a questões internas. Outrora o maior Império do mundo, os britânicos terão de lidar com todos esses desafios para, quem sabe, retomar algum protagonismo no continente mais velho do mundo.
Rafael Altoé é mestrando em Administração pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e apaixonado por Economia.
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