Os ataques racistas ocorridos no último domingo (21) contra o jogador brasileiro Vinícius Junior, que atua na Espanha, repercutiram durante a Sessão Ordinária, desta quarta-feira (24), no plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). No início dos trabalhos, no momento em que os parlamentares geralmente solicitam um minuto de silêncio em homenagem a pessoas falecidas, o deputado Tyago Hoffmann pediu silêncio em repúdio ao racismo sofrido pelo atleta.
“Precisamos dar um basta nesse tipo de situação. Não é brincadeira você chamar uma pessoa de macaco”, disse Hoffmann. O deputado Sergio Meneguelli (Republicanos) acompanhou a solicitação. “Esse minuto de silêncio serve como repúdio a essas pessoas que não entenderam que somos todos iguais. Quero repudiar também as palavras do senador Magno Malta referente a esse caso”, comentou Meneguelli.
O senador Magno Malta (PL) criticou a ampla cobertura da mídia sobre o caso. Os deputados Zé Preto e Capitão Assumção, também do PL, defenderam o colega de partido, alegando que a imprensa deu outro “direcionamento” ao que foi dito pelo senador. Hudson Leal (Republicanos) também disse que a fala do parlamentar federal teria sido destorcida.
“Nosso senador foi vítima. Eles (imprensa) pegam uma parte. O senador foi defender o Vinícius Junior. A gente vê uma imprensa colocar um pedaço de matéria e discriminando nosso senador Magno Malta. A imprensa coloca o que quer colocar e dá outro direcionamento”, discursou Zé Preto.
“Infelizmente o jornalismo profissional se perdeu há muito tempo”, comentou Assumção. “Pegaram somente uma fala do senador Magno Malta. Isso acontece diuturnamente aqui no Espírito Santo. Essa imprensa marrom, imprensa negra”, concordou Leal.
Já para a deputada Camila Valadão (Psol), a fala de Magno Malta “envergonha o estado do Espírito Santo”. “Enquanto a sociedade brasileira se manifesta em solidariedade ao jogador Vinícius Junior, visivelmente impactado, o senador envergonha o nosso estado, relativizando, para dizer o mínimo. O senador minimiza os impactos do racismo e presta um desserviço ao dizer que é um exagero”, discursou.
Valadão informou que o Psol vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho de Ética do Senado. “Não dá para uma autoridade pública passar pano ou relativizar o racismo em 2023”, disse.
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