Trilha Cidadã permite que pessoas cegas conheçam o Parque Estadual
O mais novo Programa Trilha Cidadã Do Instituto Estadual de Meio Ambientes e Recursos Humanos (lema), inova com tecnologias que facilitam o acesso de pessoas com deficiências visuais ao Meio Ambiente.

Como fazer com que pessoas cegas ou com baixa visão consigam conhecer e contemplar a fauna e a flora de uma unidade de conservação? Foi exatamente essa vivência que o Programa Trilha Cidadã, do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), proporcionou a um grupo da União de Cegos Dom Pedro II (Unicep), com o uso de recursos e tecnologias assistivas.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiO grupo da Unicep, que virou parceira do Trilha Cidadã no último mês, esteve no Parque Estadual Paulo César Vinha, em Guarapari, na semana passada, percorrendo a trilha da restinga até a praia. O roteiro foi definido em visita prévia pelos profissionais da instituição, com o apoio dos servidores do Iema.
A servidora do Iema e coordenadora do Trilha Cidadã, Karla Fafá, destacou que o grupo se manteve interessado e receptivo durante toda a visita. “Eles puderam conhecer parte da fauna por meio do tato com as estátuas em barro, as pegadas dos animais, por meio do Catálogo Tátil de Pegadas, e o som pelo Guia Sonoro. Durante a caminhada, também puderam, por meio do olfato e do tato, conhecer mais profundamente a flora”, explicou.
“Foi muito bom proporcionar uma atividade de lazer que fizesse o grupo de fato se sentir incluído. Uma das queixas que geralmente temos é justamente a falta de opções de lazer para as pessoas cegas. No parque, elas puderam ter contato e percepção da natureza graças aos recursos e aos profissionais capacitados do parque. Foi uma experiência incrível!”, disse o psicólogo da Unicep Jonas Pessanha, que acompanhou o passeio.
Os visitantes ainda fizeram a interpretação ambiental nas placas em Braille disponíveis durante todo o trajeto. A condução foi realizada pelas servidoras do parque Juliana Salgueiro e Fernanda Severino.
A coordenadora da Unicep, Maria de Fátima Vulpe, que participou também do grupo de reflexão após a visita, disse que os participantes gostaram muito da experiência. “Eles gostaram muito dos recursos, mas principalmente da forma como a trilha foi descrita pelas servidoras do parque. Eles se sentiram acolhidos, como se estivessem ‘em casa’”, contou.