Com leucemia, paciente se casa dentro de hospital no Espírito Santo
O casal está junto há 25 anos, tem três filhos, mas só oficializou a união na manhã desta quinta-feira (3), no Vitória Apart Hospital
“Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença”. Darcy e Flávia conhecem bem o significado dessa promessa. O casal está junto há 25 anos, tem três filhos, mas só oficializou a união na manhã desta quinta-feira (3), no Vitória Apart Hospital.
Diagnosticado com leucemia, Darcy precisou dizer sim à companheira dentro da capela do hospital. A cerimônia, organizada em menos de 12 horas, contou com a mobilização de uma grande equipe de profissionais do Vitória Apart.
Darcy Roberto de Oliveira, de 46 anos foi diagnosticado com leucemia mieloide aguda há três meses. Ele e a companheira Flavia Aline Pacheco, de 43 anos, já haviam marcado o casamento para o dia 19 de agosto, em uma cerimônia comunitária, quando descobriram a doença. Com o diagnóstico, vieram as quimioterapias e a imunidade baixa, que não permitiram uma celebração ocorresse fora do hospital.
“Estávamos nos preparando para casar há muito tempo, mas de três meses para cá nossa vida mudou completamente. Os planos de Deus não são os nossos. Mas nós fomos agraciados com pessoas maravilhosas, profissionais maravilhosos do hospital que nos acolheram e fizeram tudo para a cerimônia acontecesse. E foi lindo, um grande presente de Deus, não tenho palavras para agradecer”, contou a noiva.
Operação Casamento
Em tempo recorde, profissionais do hospital conseguiram organizar uma cerimônia completa, com tudo que o casal tinha direito: vestido branco para a noiva, terno para o noivo, músico com violão, bolo, salgadinho, chuva de arroz e até um almoço especial para o casal.
“Já acompanho esse paciente desde o diagnóstico e quando eu fiquei sabendo ontem que eles já tinham a liberação do padre para o casamento no hospital, eu me comovi e entendi que a gente podia proporcionar para esse casal um momento especial. Mobilizamos todo o hospital para que a gente conseguisse realizar essa cerimônia. Como o paciente não tem nenhuma restrição, é dieta livre, em pouquíssimo tempo nós conseguimos um bolo, salgadinho a autorização para que o casamento fosse celebrado na capela com toda a segurança para o paciente e até um almoço especial para eles. Ter proporcionado esse momento para essa família foi muito especial. Um dia inesquecível na vida do casal e de toda a equipe do hospital”, afirma a nutricionista Bruna Rabello.
O diretor técnico do hospital, Mayke Armani, conta que a equipe multidisciplinar que acompanha Darcy, já tinha conhecido desse desejo do casal. “No Vitória Apart a gente tem um compromisso com a celebração da vida, temos uma equipe que trabalha todo dia para que momentos como esse aconteçam e fiquem marcados na vida das pessoas. Tudo foi organizado de forma muito rápida e acabou sendo um momento muito emocionante para todos”, afirma.
Para Maria Elizabeth Rosandiski, médica paliativista do Vitória Apart Hospital, momentos como esse são muito importantes e só são possíveis graças ao empenho de uma equipe grande de profissionais, que inclui médicos, enfermeiros, psicólogos e nutricionistas.
“A gente conseguiu a liberação do casamento e em menos de 12 horas a equipe de cuidados paliativos e a equipe de comissão de infecção hospitalar se mobilizou para conseguir fazer esse momento acontecer. Quando estamos em um ambiente hospitalar, celebrar a vida é muito importante. Foi um momento muito bonito e emocionante”, disse a médica.
A cerimônia
O casamento aconteceu às 10 horas e foi celebrada pelo Padre Jones dos Santos Teixeira na capela do Vitória Apart Hospital. Além dos funcionários do hospital e de alguns amigos, os três filhos do casal também estavam presentes: Felipe Antônio, de 24 anos, Davi Roberto, 21 anos e Pedro Miguel, 15 anos. Os pais dos noivos não moram no Espírito Santo, e por isso não conseguiram estar presentes na cerimônia.
“Era o desejo deles receber o sacramento do matrimônio, era muito importante para eles. Nesse mês de agosto, a igreja católica celebra a semana da família. É preciso uma autorização do arcebispo para essa celebração especial. É uma questão de humanidade acolher esse pedido do casal, e com a colaboração do hospital nós conseguimos realizar o sonho deles”, encerrou o padre.
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