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Espírito Santo

Indústria do ES cresce 11,8% em junho puxada pelo setor extrativo

A indústria capixaba teve o segundo melhor desempenho do país na comparação com junho de 2022, de acordo com dados do IBGE, compilados pelo Observatório da Indústria da Findes

Por Redação

5 mins de leitura

em 09 de ago de 2023, às 12h17

Foto: Agência da Indústria
Foto: Agência da Indústria

O setor extrativo capixaba continua apresentando bons resultados e fazendo com que a indústria do Espírito Santo cresça. No mês de junho, na comparação com o mesmo período de 2022, a produção industrial do Estado aumentou 11,8%. Os principais responsáveis pelo desempenho foram as produções de pelotas de minério de ferro e de petróleo e gás natural. 

Com o saldo positivo de junho, o resultado da indústria capixaba superou a média nacional, que foi de 0,3%, e o Espírito Santo teve o segundo melhor desempenho do país, perdendo apenas para o Rio Grande do Norte (16,5%).  Os dados foram compilados pelo Observatório da Indústria da Findes e fazem parte da pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM) do IBGE, divulgada nesta terça-feira (08/08).   

A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, lembra que o setor extrativo é uma parte importante da economia do Estado e que o bom desempenho dele deixa a indústria mais otimista. 

“Isso ocorre principalmente quando olhamos para trás. Em 2022, esse foi um segmento que apresentou resultados negativos (-18,7%). A indústria capixaba representa 27,4% da economia do Estado e a extrativa (commodities como petróleo, gás, minério) tem um peso de quase um terço desse valor. Por isso, quando ele vai bem, todas os setores ganham”, explica. 

A industrial ainda lembra que medidas de extrema importância precisam ser tomadas para que a economia do ES e do Brasil siga em uma trajetória positiva. De acordo com a presidente da Findes, segurança jurídica, crédito e estabilidade econômica no país são indispensáveis para que o empresário tome a decisão de investir e o país cresça.  

“Já temos mais de R$ 40 bilhões em investimentos anunciados no Espírito Santo até 2027. A taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida na última semana a 13,25%. Ainda é uma queda pequena, mas já indica o que vem pela frente. Juros mais baixos é sinônimo de mais investimento nas empresas. Porém, para o país continuar crescendo precisamos aprovar a nossa Reforma Tributária de forma que ela traga simplicidade, neutralidade, transparência e isonomia para o sistema tributário brasileiro”, afirma Cris Samorini. 

Por que a indústria extrativa cresceu? 

A gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes, Marília Silva, aponta que o expressivo crescimento da indústria extrativa (24,7%) é fruto dos avanços nas produções de pelotas minério e de petróleo e gás natural.  

De acordo com o relatório trimestral da Vale, a produção capixaba de minério de ferro pelotizado cresceu 19,6% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionada pelas plantas de Tubarão. “Além disso, a Vale já relatou que espera iniciar a operação de uma das duas plantas de briquete na unidade de Tubarão ainda no terceiro trimestre de 2023. Dessa forma, a expectativa é que, para os próximos meses, a produção de minério registre novos aumentos”, comenta a economista. 

Já segundo os dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a produção de petróleo e gás natural no Espírito Santo reverteu a tendência de queda desde 2017 e teve aumento de 6,2% na produção de petróleo e 2,2% na produção de gás natural no primeiro semestre de 2023, comparado com o mesmo período do ano anterior.  

“Se até o ano passado o cenário era de recuo na produção de petróleo e gás natural no Estado, a partir deste ano as expectativas giram em torno da redução da curva de queda e até mesmo no aumento de produção”, explica Marília Silva.  

Se por um lado a indústria extrativa vem tendo bons resultados, por outro, a indústria de transformação registra queda. Na comparação entre junho deste ano com o mesmo período de 2022, houve retração de 6,5% na produção desse segmento. O saldo negativo foi resultado da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (-13,3%), fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-5,4%), da metalurgia (-3,7%) e da fabricação de produtos alimentícios (-2,9%). 

“Vale lembrar que o ano de 2022 foi muito positivo para a indústria de celulose, papel e produtos de papel. Esse segmento chegou a crescer 7,3% em 2022, em relação ao ano anterior. Esse desempenho contracionista do setor pode estar correlacionado com a desaceleração da atividade econômica global ao longo do primeiro semestre do ano e por fatores internos, como as condições de financiamento mais apertadas e de juros altos da economia brasileira”, observa a economista-chefe da Findes. 

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