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Espírito Santo

Reitoria da Ufes pode ser liderada por mulheres; conheça as candidatas

Edinete Rosa e Lúcia Garcia registraram a “Chapa 20: Ufes+” na disputa

Por Redação

9 mins de leitura

em 26 de set de 2023, às 11h37

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A eleição para reitoria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) se aproxima e, com ela, a possibilidade de mudar a história da única universidade pública do nosso estado: Em seus 70 anos de existência, a Ufes nunca teve uma mulher como reitora empossada. Para mudar esse cenário, a “Chapa 20: Ufes+”, apresenta, como candidata a reitora, Edinete Rosa – professora do curso de Psicologia – e Lúcia Garcia – professora do departamento de Serviço Social, como vice.

A ideia de uma chapa encabeçada por mulheres surgiu a partir do Movimento Ufes+, um agrupamento de docentes, discentes e técnicos da universidade, que almejam uma Ufes mais democrática e com maior diálogo com toda a comunidade. 

O movimento dialogou com alunos, servidores e colegas professores sobre a Universidade que queremos e agora apresenta a chapa com Edinete e Lúcia.

A “Chapa 20: Ufes+” apresenta propostas consistentes e factíveis, de acordo com a realidade da Ufes, mas vai adiante. “Nós oferecemos para a comunidade de todos os campi nossa capacidade de planejamento e realização, aliados à nossa interlocução com o Governo Federal e articulação para atrair mais recursos com parcerias com órgãos públicos, empresas e suas instituições representativas”, resumiu Edinete, que tem experiência como atual diretora do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN).

As pré-candidatas reforçam a maneira participativa em que pretendem liderar a Ufes. “A democratização da universidade já vem sendo pensada desde a própria construção do nosso Plano de Gestão, já que sua concepção foi realizada a muitas mãos, através de rodas de conversa e reuniões com diversos centros da Ufes e também com os movimentos sociais”, afirmou Lúcia. Edinete complementa: “No lugar de canetadas, queremos o diálogo, o entendimento, o equilíbrio com transparência e sem radicalismos”.

Reitora de verdade

Apesar de a professora Ethel Maciel ter sido democraticamente eleita no último pleito para a Reitoria da Ufes, ela foi preterida pelo ex-presidente Bolsonaro, que decidiu nomear Paulo Vargas para o cargo. A “Chapa 20: Ufes+” encampou propostas de Ethel para mudar a gestão da Universidade com uma reitora de verdade, escolhida pela comunidade universitária. 

“O que ocorreu nas últimas eleições foi absurdo e antidemocrático. Estamos em 2023 e parece que nós, mulheres, ainda precisamos falar o óbvio: temos tanta capacidade quanto os homens de estar em posições de liderança. Já passou a hora de mudar essa realidade dentro da nossa universidade”, avalia a pré-candidata Edinete.

Lúcia Garcia complementa: “nós, mulheres, produzimos o mesmo que os homens no campo da ciência, até mais em algumas áreas, como nas ciências da vida e da saúde, onde chegamos a representar 60% dos pesquisadores. Mesmo assim, quando se trata de cargos de gestão, encontramos muitas barreiras”.

Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, no Brasil, apenas uma a cada quatro universidades são comandadas por mulheres, o que o faz figurar em último lugar no ranking de toda América Latina.

As candidatas

Edinete Maria Rosa

Edinete Maria Rosa tem 54 anos, é casada com Wanderlã Scopel (professor do curso de Física da Ufes) e mãe de Leonardo (28 anos), Lívia Helena (19 anos) e Ana Beatriz (15 anos). Provém de uma família de artesões, seu pai era alfaiate e sua mãe costureira. Tem 3 irmãs e 1 irmão, sendo ela a caçula.

Na Ufes foi aluna do curso de Psicologia, concluído em 1993. Fez seu Mestrado em Psicologia na Ufes (1994-1997), Doutorado na USP/SP (1999-2003) e Pós-Doutorado na University of North Carolina at Greensboro (nos Estados Unidos) (2011-2012). Ë professora titular desde 2020.

Ingressou como professora há 25 anos no departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento (DPSD) em 1998, como professora substituta, e em 2004 como efetiva.

Ao longo de sua história na UFES, atuou como Sub-coordenadora (2009-2011) e como coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia (2013-2015). Foi subchefe do DPSD (2019-2020), Presidenta da Comissão Própria de Avaliação de Centro (CPAC), e membro efetivo da Comissão Própria de Avaliação da Ufes (CPA). Foi membro da diretoria da Adufes (2009-2011 e 2015-2017). Foi eleita Diretora do Centro de Ciências Humanas e Naturais em 2020, cujo mandato finaliza em 2024. O CCHN possui 21 cursos de Graduação e 12 de Pós-Graduação e abriga o Núcleo de Línguas e a Base Oceanográfica de Aracruz.

É pesquisadora e militante no campo dos Direitos Humanos com concentração na área da Infância e Adolescência. Na universidade, desde 2005, supervisionou diversos estágio e coordenou projeto de extensão na interface da Psicologia com o Direito, ajudando na formação de profissionais das áreas social e da justiça de todo o Estado.

Foi vice coordenadora do GT da ANPEPP “Juventude e Resiliência” (2018-2020). Coordena o Núcleo de Estudos, Pesquisa e Intervenção com Crianças, Adolescentes e Famílias – NECRIAD (2005-2023); Foi da diretoria da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) (2007-2009), é membro efetiva da Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (ABPD), fazendo parte do Conselho Fiscal pelo segundo mandato, e membro efetiva da Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP).

Sua produção acadêmica expressa o compromisso ético e político com a defesa dos direitos das Crianças e Adolescentes. É também uma defensora dos direitos das mulheres e a ampliação das mulheres na ciência e na gestão universitária. Seus passos vêm de longe e reverberam uma luta de todas nós – a luta por uma Universidade pública, gratuita, de excelência e socialmente referenciada. Isto comparece em suas atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão.

É bolsista de Produtividade em Pesquisa Nível 2 do CNPq, na área de Psicologia, com uma produção acadêmica de destaque científico e social, com uma produção acadêmica de destaque científico e social, ​​tendo orientado 21 estudantes no mestrado e 9 no doutorado nas áreas de Política Social e Psicologia.

Em 2023 recebeu a Comenda Maria Ortiz (concedida pela Assembleia Legislativa do ES). A Comenda Maria Ortiz é uma homenagem a mulheres com a atuação reconhecida em vários setores no Espírito Santo, como ciências, artes, literatura, esportes, comércio, indústria, agricultura, organização da sociedade civil, educação, saúde, religião, ciências jurídicas e direito das mulheres.

Edinete Maria Rosa é uma mulher simples, que quer continuar trabalhando por uma Ufes democrática, inclusiva, antirracista, anticapacitista, e moderna, que avance na ciência em sintonia com a defesa dos direitos de todas e de todos.

Para quem quiser conhecer um pouco mais da sua trajetória acadêmica, é só acessar o link http://lattes.cnpq.br/8986579157260973 que dá acesso total ao currículo Lattes da professora Edinete.

Maria Lúcia Teixeira Garcia

Maria Lúcia Teixeira Garcia tem 62 anos é casada com Antônio Carlos Valli (contador da Secretaria de estado da Saúde – SESA) e mãe de Maurício (32 anos). Filha de Milton Teixeira Garcia (foi promotor de justiça – MPES – e professor do Departamento de História da Ufes) e de Nely Teixeira Garcia (assistente social, aluna da 1a turma de Serviço Social da Ufes). Tem 3 irmãs e 2 irmãos, sendo ela a caçula.

Na Ufes foi aluna do curso de Serviço Social (1979-1982) e de História (Bacharelado). Fez seu Mestrado em Psicologia na Ufes (1993-1995), Doutorado na USP (1997-2001) e Pós-Doutorado na Universidade de Brasília (2009). Ë professora titular desde 2017.

Após conclusão da Graduação, Lúcia ingressou como técnica-administrativa no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes em 1984. Posteriormente assumiu o cargo de professora em 1993 no departamento de Serviço Social.

Ao longo de sua história na UFES, atuou como chefe de Departamento e como coordenadora do Programa de Pós-graduação em Política Social (2004-2008; 2010-2012; 2022-março de 2023). Foi coordenadora da área de Serviço Social (área 32) e membro do Conselho Técnico-científico (CTC-ES) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) entre 2014-2018.

É pesquisadora e militante no campo da Saúde Mental. Participou da criação e trabalhou como assistente social por mais de 20 anos no Programa de Atendimento ao Alcoolista (PAA) do HUCAM.

Sua produção acadêmica expressa o compromisso Ético e Político com a Defesa por uma sociedade livre de manicômios. É bolsista de Produtividade em Pesquisa Nível 2 do CNPq, na área de Serviço Social, com uma produção acadêmica de destaque científico e social, ​​tendo orientado 19 estudantes no mestrado e 8 no doutorado nas áreas de Política Social e Saúde Coletiva.

É uma defensora dos direitos das mulheres e da ampliação das mulheres na ciência e na gestão universitária. Seus passos vêm de longe e reverberam uma luta de todas nós – a luta por uma Universidade Pública, gratuita, de excelência e socialmente referenciada. Isto comparece em suas atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Gestão.

Em 2021, foi premiada na categoria Pesquisadora destaque na área de Ciências Humanas em primeiro lugar com o Prêmio Francisco Landi (CONFAP/FAPES) na etapa estadual (FAPES) e segundo lugar na etapa nacional (CONFAP). Este prêmio foi concedido a pesquisadores/as residentes no Brasil que tenham se destacado em pesquisas científicas cujos resultados produziram conhecimento de relevância social.

Em 2023, recebeu a Comenda Maria Ortiz (concedida pela Assembleia Legislativa do ES). A Comenda Maria Ortiz é uma homenagem a mulheres com a atuação reconhecida em vários setores no Espírito Santo, como ciências, artes, literatura, esportes, comércio, indústria, agricultura, organização da sociedade civil, educação, saúde, religião, ciências jurídicas e direito das mulheres.

Maria Lúcia Teixeira Garcia completará 40 anos, em 2024, de serviços prestados à UFES, e quer continuar trabalhando por uma universidade democrática inclusiva e decolonial. Compreendendo a decolonialidade como práticas interseccionais questionadoras, políticas, projetos e programas inclusivos, antirracistas, anticapacitistas, antietaristas, não classistas, bem como uma universidade jovem e moderna, que avance na ciência em sintonia com a defesa dos direitos de todas e de todos.

Lúcia é jogadora de basquete e participa da seleção capixaba master vice-campeã brasileira em 2022.

Para quem quiser conhecer um pouco mais da sua trajetória acadêmica, é só acessar o link http://lattes.cnpq.br/3834218481612647 que dá acesso total ao currículo Lattes da professora Lúcia.

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