Política Nacional

Câncer de próstata vira alvo de debate em Mimoso do Sul

O secretário municipal de Saúde de Mimoso do Sul, Eliédson Morini, explicou que a prevenção à doença deve ser incentivada constantemente.

Por Redação

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em 26 de out de 2023, às 13h46

Foto: Reprodução | TV Brasil
Foto: Reprodução | TV Brasil

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é responsável por 30% da incidência da doença nos homens, com mais de 70 mil casos por ano no Brasil. Com a proximidade do Novembro Azul, mês dedicado à prevenção da doença, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Ales) realizou, nesta quarta-feira (25), audiência pública na Câmara Municipal de Mimoso do Sul para tratar do assunto.

Foto: João Caetano Vargas

“O Novembro Azul fala de prevenção, do diagnóstico precoce do câncer de próstata, da saúde do homem. É uma importante campanha, que visa à vida, que visa ao cuidado de nós homens, que temos tanta coisa envolvida nesse processo. Tantos tabus, tantos medos, tantos receios, que a gente precisa quebrar agora no Novembro Azul, com foco na vida”, avaliou o presidente do colegiado, Dr. Bruno Resende (União).

O secretário municipal de Saúde de Mimoso do Sul, Eliédson Morini, explicou que a prevenção à doença deve ser incentivada constantemente. “É um tema que é discutido o ano todo (…). A gente percebe que ainda é um tabu enorme, porque os homens não procuram a prevenção”, afirmou. 

“Então, neste mês a gente tenta deixar os homens mais à vontade, para que procurem as unidades de saúde. Porque a maioria dos casos de câncer de próstata é descoberta de forma muito tardia e aí não tem tratamento. O tratamento do câncer de próstata tem de ser no início. O nosso pedido é que haja conscientização, para que os homens procurem as unidades de saúde”, apelou o secretário.

O vereador do município Cassiano Mendes (Cidadania) pontuou que a política deve funcionar como um instrumento de transformação. “Através da política a gente pode ampliar esse tipo de serviço, esse tipo de informação, que é a prevenção. É um trabalho muito importante e a gente só tem a agradecer. O nosso município tem uma demanda muito grande na área da saúde e eu tenho certeza de que, com as informações que o deputado traz junto da Comissão de Saúde, a gente só tem a ganhar”, disse.

Protocolo

O presidente do colegiado da Ales falou sobre mudanças no protocolo de prevenção e detecção do câncer de próstata. Dr. Bruno informou que os órgãos competentes já admitem o PSA (sigla em inglês que significa antígeno prostático específico), feito por meio de um exame de sangue, como o principal exame de diagnóstico da doença.

“A recomendação acabou de mudar. O Ministério da Saúde acabou de soltar uma nota há alguns dias. Ontem a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), até provocada pelo nosso gabinete, soltou uma nota oficial para o Conselho Federal de Medicina (CFM) fazendo a recomendação em relação a isso. Então hoje a recomendação da SBU é de que homens de 45 a 75 anos procurem ajuda especializada, sejam encaminhados a um urologista para uma avaliação”, explicou.

“Essa avaliação hoje já é aceita que seja feita apenas com o PSA. E quando esse PSA está alterado e há uma suspeita sintomatológica, aí sim a obrigatoriedade de seguirmos com todo o screening (triagem), como o toque, eventualmente algum exame de imagem, para seguir para a biópsia”, completou o deputado.

O especialista, porém, frisou que essa deve ser uma decisão avaliada caso a caso. “Hoje essa é uma decisão partilhada entre médico e paciente. A SBU recomenda dessa maneira e já é uma recomendação também do Ministério da Saúde e de especialistas nos Estados Unidos e na Europa. Então hoje o PSA é o exame mandatório, mas até o PSA e o toque devem ser discutidos com o seu médico”, pontuou.

“Eu entendo que o PSA é um grande exame e a gente tem evidência robusta para dizer que a pesquisa pelo diagnóstico precoce reduz morte por câncer específico e reduz a doença metastática. Então eu sou defensor, e isso é pessoal, da recomendação que está no papel, até porque, permite que a gente tome decisões pessoais, como eu disse é uma decisão do paciente e do seu médico, compartilhada. O PSA pode ser feito, associado ou não ao toque retal”, concluiu o médico.

Hospital

Dr. Bruno também falou da construção do Hospital do Câncer em Cachoeiro de Itapemirim, que vai atender à Região Sul capixaba. “É a construção de um sonho. A gente está com a mão na massa lá em Cachoeiro de Itapemirim, a obra já está acontecendo, a terraplanagem está avançada, daqui a pouco a gente começa a subir a edificação”, falou o parlamentar sobre a obra do governo do Estado. 

“Estamos captando recursos, já temos conversas adiantadas com o nosso governador Renato Casagrande (PSB) e também com a bancada federal, que aportou o primeiro recurso e já garantiu que vai seguir com os investimentos. Então estamos muito motivados com esse projeto. E eu tenho certeza de que daqui a pouco todo esse recurso público vai se traduzir em mais vidas capixabas salvas”, ressaltou.

Segundo Dr. Bruno, o hospital será referência e vai ajudar a promover o desenvolvimento da região. “É um ponto de honra pra mim, que a gente consiga desenvolver a Região Sul. O hospital não significa apenas dignidade para as famílias com pacientes com câncer, ele significa investimento na veia, geração de emprego e renda para uma região que está esquecida do ponto de vista socioeconômico”, comentou. 

“A gente tem tido investimentos importantes, mas nós precisamos trazer de novo o protagonismo para o sul do Estado do Espírito Santo, que carece de grandes empresas, de geração de emprego e renda. E quando se fala de um hospital, também associamos à ampliação de serviços e geração de renda, o que é bom demais, porque a gente salva vidas e melhora a vida das pessoas ao mesmo tempo”, finalizou o deputado.

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