Porto Central doa achados arqueológicos para exposição em Museu do ES
Tijolos, telhas e bloco de argila queimada, possivelmente remontando ao período colonial, foram encontrados próximo à Igreja Nossa Senhora das Neves

Materiais históricos achados durante a prospecção arqueológica feita pelo Porto Central agora compõem uma exposição permanente instalada no museu do Centro de Ciência, Educação e Cultura da Prefeitura de Vitória. A mostra foi aberta neste mês de janeiro.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA pesquisa que resultou na coleta dos itens, realizada nas áreas de influência do empreendimento, consistiu em uma das etapas exigidas pelo poder público nesta fase de pré-instalação da empresa, em Presidente Kennedy, Litoral Sul do Espírito Santo.
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Tijolos, telhas e bloco de argila queimada, possivelmente remontando ao período colonial, foram encontrados próximo à Igreja Nossa Senhora das Neves, importante santuário histórico. O acervo foi doado e entregue pelo Porto Central à instituição da capital, visando à educação patrimonial, histórica e cultural da população capixaba, contextualizando as peças com o passado da região de Presidente Kennedy.
As informações estão compiladas no Programa de Prospecção Arqueológica e Educação Patrimonial do Porto Central, em cumprimento às condicionantes ambientais do IBAMA nas licenças ambientais do empreendimento.
Contando a história do Espírito Santo
Os materiais expostos no museu são mais uma riqueza que se soma para ajudar a contar a história do Espírito Santo, atesta Ticiana Pivetta Costa, professora referência da Escola da Ciência, Biologia e História, entidade integrante do Centro de Ciência, Educação e Cultura de Vitória.
O local, situado no bairro Mário Cyprestes, no complexo do Sambão do Povo, em Vitória, recebe, em visitações gratuitas, a população em geral. Seu principal público são turmas de instituições de ensino e educação, incluindo de crianças do ensino infantil até estudantes da graduação (universitários), de mestrado e doutorado, além de famílias e outros grupos.
“O Porto Central nos forneceu a guarda do material. Há cinco espaços museológicos. Cada espaço tem uma temática diferenciada para tratar. Somos um espaço de educação não formal. No primeiro pavimento, onde está o espaço museológico de sítios históricos, falamos sobre o patrimônio histórico cultural capixaba. Por meio da representação dos sítios arqueológicos, conseguimos falar de todo o movimento da pré-história no Espírito Santo e também dando ênfase à fase histórica”, salienta Ticiana.
Por terra e por mar
Além das pesquisas terrestres, feita em uma área de cerca de 2 mil hectares entre os anos de 2015 e 2017, foi executada também a prospecção arqueológica marítima subaquática em 2019.
Foram coletadas 34 unidades de material que passou a integrar a mostra: 15 peças de material construtivo (3 tijolos e 12 fragmentos de telha), bloco de argila queimada (1), madeira (11) e seis itens de origem mineral (três fragmentos de quartzo, dois blocos de arenito e um seixo polido).
A curadoria do material coletado na prospecção seguiu uma sequência de procedimentos para a salvaguarda dos itens, com organização das peças, higienização, triagem e registro do número de inventário e origem na própria peça com pena e tinta nanquim (marcação). Em um segundo momento, foi realizada a análise dos materiais e, posteriormente, o acondicionamento destes, estágio que antecedeu a musealização.
“São achados muito relevantes para a educação patrimonial. A entrega desse material para exposição pública é parte deste processo e que requer a musealização (ingresso em espaço museológico) do acervo, visando à proteção e valorização do patrimônio histórico e cultural associado ao sítio arqueológico prospectado”, explica Sueli Passoni.