Projeto que reconhece fibromialgia como deficiência no ES é aprovado
A fibromialgia é uma condição que afeta o sistema musculoesquelético causando dor crônica e generalizada, atingindo, na maioria dos casos, mulheres entre 30 a 50 anos.
Igualdade e inclusão para a Fibromialgia! A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), aprovou, nesta terça-feira (19), a lei 73/2023. A medida iguala os direitos das pessoas com fibromialgia aos das pessoas com deficiência.
Agora, os capixabas que sofrem com esse mal terão acesso a benefícios e políticas públicas que podem melhorar significativamente a sua qualidade de vida.
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Para quem não sabe, a fibromialgia é uma condição que afeta o sistema musculoesquelético causando dor crônica e generalizada, atingindo, na maioria dos casos, mulheres entre 30 a 50 anos.
“Milhares de pessoas vivem com essa condição em nosso Estado e, infelizmente, os desafios ainda são muito grandes. Estamos falando de pessoas que vivem com fortes dores, muitas vezes precisando ser hospitalizadas. Por isso, queremos reforçar a importância de garantirmos não somente esses direitos, mas também visibilidade, protagonismo e oportunidade de melhorias para esses capixabas”, explica o presidente da Ales, Marcelo Santos (Podemos).
O que é a fibromialgia?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Fibromialgia, a fibromialgia é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica (dura mais que três meses), mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor.
Sintomas típicos a acompanham. Entre eles estão o sono não reparador (sono que não restaura a pessoa) e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória.
Causa
Ainda não totalmente esclarecida, mas a principal hipótese é que pacientes com FM apresentam uma alteração da percepção da sensação de dor. Estudos em que visualizam o cérebro destes pacientes em funcionamento apoiam essa narrativa.
Também porque pacientes com FM apresentam outras evidências de sensibilidade do corpo, como no intestino ou na bexiga. Alguns pacientes com FM desenvolvem a condição após um gatilho, como uma dor localizada mal tratada, um trauma físico ou uma doença grave.
A dor crônica parecem causar alteração no sono, problemas de humor e concentração.
Impacto na Saúde
A FM é bastante comum, afetando 2,5% da população mundial, sem diferenças entre nacionalidades ou condições socioeconômicas. Geralmente afeta mais mulheres do que homens e aparece entre 30 a 50 anos de idade, embora existam pacientes mais jovens e mais velhos com FM.
Diagnóstico
O diagnóstico de FM é eminentemente clínico, com a história, exame físico e exames laboratoriais auxiliando a afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes. Não há alteração dos exames que indicam inflamação, como a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa. Exames de imagem devem ser interpretados com muito cuidado.
Ressalta-se que nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente. A FM pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, e muitas vezes dificulta uma completa melhora destes pacientes.
Tratamento
A meta no tratamento da FM é aliviar os sintomas com melhora na qualidade de vida. A FM não traz deformidades ou sequelas nas articulações e músculos, mas os pacientes apresentam uma má qualidade de vida.
O principal tratamento da FM é não-medicamentoso, ou seja, os cuidados do paciente consigo mesmo são mais importantes do que as medicações, embora estas também tenham seu papel. O principal tratamento da fibromialgia é o exercício aeróbico, aquele que mexe o corpo todo e acelera os batimentos cardíacos. Esta parece ser a melhor a maneira de reverter a sensibilidade aumentada à dor na FM. Além disso, é importante entender sobre a doença (educação) e alguns casos terapia psicológica pode ser útil, principalmente para aprender a lidar com a dor crônica no dia a dia.
As medicações são úteis para diminuir a dor, melhorar o sono e a disposição do paciente com fibromialgia, para permitir a prática de exercícios físicos. Algumas medicações, como a pregabalina e a duloxetina, agem na maior sensibilidade à dor. Outros remédios como relaxantes musculares, antidepressivos e analgésicos podem ser usados para alívio de sintomas diversos.
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