Após um mês da tragédia, Mimoso enfrenta desafios da reconstrução
Especialistas apontam caminhos que devem ser seguidos para que a cidade seja reerguida de maneira mais segura para a população
Após um mês da tragédia, provocada pela chuva, que devastou Mimoso do Sul, no Sul do Espírito Santo, a cidade ainda enfrenta desafios para a sua reconstrução.
No dia 23 de março, diversas famílias foram surpreendidas por uma enchente provocada pelas fortes chuvas. O evento climático trouxe como resultado 18 mortes e centenas de desabrigados e desalojados.
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Além da expectativa da retomada da rotina e da economia, moradores também anseiam por uma cidade mais segura e preparada para não ser destruída no futuro, caso haja um novo temporal dessa proporção.
Nesse contexto, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), Jorge Silva, destacou que “o que se ocorreu, de modo geral, trata-se de um acidente ecológico, uma questão que se ocorre a cada 150, 200 anos” e apontou a necessidade de o poder público dedicar maior atenção a questões estruturais.
“Há uma necessidade muito grande de se investir em drenagem. Se investir, por exemplo, principalmente, em prevenção. Nós temos os riscos geológicos, nós temos riscos estruturais. Tudo isso está sendo levantado pelos profissionais do Crea, Corpo de Bombeiros, defesas civis municipais e Estadual”, explicou .
Para o engenheiro agrônomo e secretário estadual de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli, o desafio é buscar a prevenção, sem prejudicar a economia produtiva, que impulsiona o desenvolvimento regional.
“Nenhuma cidade, do Espírito Santo, do Brasil e do mundo, está preparada para uma chuva de 250, 300 milímetros em cinco ou seis horas. Então, foi muito forte. Obviamente, poderíamos ter efeitos menores? Talvez sim, mas aí talvez não tivéssemos agricultura”, ressaltou.
O chefe da pasta da Agricultura estadual ainda explica que, para evitar grandes enchentes e alagamentos, era necessário ter um solo altamente protegido na região de Mimoso do Sul a adjacências.
“Ali naquela região de cabeceira, na parte alta, estou falando sobre Mimoso, Conceição, verte tudo para dentro da cidade, mas tem os nossos pequenos produtores, lá de arábica em cima, que utilizam a encosta com cafeicultura. Tá ocupada. Obviamente, você tem assoreamento de rios, de córregos. Nos leva a uma reflexão, que a gente precisa, realmente, avançar nessa questão de recuperação”, ressalta Bergoli.
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