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Política

Chuvas no Sul do ES: comissão discute consequências sanitárias

O encontro aconteceu no auditório da Superintendência Regional de Saúde Estadual, com a participação de agentes e profissionais da saúde, bombeiros militares, defesa civil, autoridades municipais e estaduais

Por Redação

5 mins de leitura

em 05 de abr de 2024, às 13h08

 Foto: Aldo Aldesco
Foto: Aldo Aldesco

A Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa (Ales) realizou reunião extraordinária em Cachoeiro de Itapemirim, na quarta-feira (3), para discutir quais encaminhamentos o colegiado pode dar para auxiliar os 13 municípios mais prejudicados pelas chuvas intensas ocorridas no final do mês de março na região sul capixaba.

O evento climático teve mais impacto, com enchentes, inundações e destruição de construções públicas e privadas, em  Mimoso do Sul, Apiacá e Bom Jesus do Norte.

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O encontro aconteceu no auditório da Superintendência Regional de Saúde Estadual, com a participação de agentes e profissionais da saúde, bombeiros militares, defesa civil, autoridades municipais e estaduais, o presidente da Comissão, deputado Dr. Bruno Resende (União), conduziu os trabalhos para debater um plano de ações estratégicas com o objetivo de enfrentar as consequências sanitárias provocadas pelas fortes chuvas e enchentes nos municípios da região sul do estado.

Urgências e prevenção

O deputado levantou algumas preocupações como prevenir tais eventos para evitar de trabalhar a contenção dos efeitos da tragédia anunciada. Disse que é preciso cumprir o protocolo de prevenção das doenças infectocontagiosas e respiratórias, compatibilizar o fornecimento de materiais e medicamentos. Bruno Resende perguntou se os leitos dos municípios e ampliação pelo governo estadual serão suficientes para uma emergência, como por exemplo, doenças como a dengue, ou seja, “um possível tensionamento da situação”.

“Agora, vamos deixar de pisar na lama e passar a respirar lama. Estamos nos preparando para isso. E o absenteísmo em relação às consultas de especialidades, as cirurgias é um problema que vai cair na conta da Superintendência e dos hospitais”, alertou. 

Com relação ao absenteísmo, o não comparecimento do paciente para as consultas e procedimentos médicos agendados, e perdas completas de unidades de saúde, que impede a atenção primária, é preciso planejamento urgente, disse o deputado. 

O deputado Dr. Bruno irá fazer a interlocução junto à Sesa para reforçar os pedidos de emergência feitos pelos municípios, mas solicita com urgência relatórios atualizados dos municípios afetados. 

Reconstrução e surtos

O superintendente regional da Saúde Estadual, Marcio Clayton da Silva, relatou as ações já realizadas, principalmente para atender a emergência de Mimoso, Apiacá e Bom Jesus, medicamentos e suprimentos, como fraldas, foram enviadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O mesmo acontece com as remarcações de consultas e procedimentos não realizados, e a reconstrução das Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centro de Atendimento Psicossocial (Caps), reposição de viaturas, materiais e medicamentos.

O médico infectologista Daniel Junger alertou para a situação de catástrofe nos municípios atingidos. Disse que é preciso ações urgentes por causa da diversidade de doenças agudas, fraturas expostas, diarreias em vários graus de intensidade, doenças respiratória, pneumonia bacteriana, proliferação de mosquitos e aumento da dengue, principalmente, leptospirose. Para esta, não há vacina e nem como fazer profilaxia sem os indícios da doença, explicou Junger.

Perdas e solidariedade

O secretário municipal de Saúde de Alegre, Emerson Alves, relatou que em seu município houve destruição de equipamentos públicos, como unidades de saúde de atenção primária, Caps, com perda total de material de saúde como medicamentos e fraldas. No almoxarifado, destruído, foram perdidos estoques de soro, material hospitalar, geladeiras, veículos e tudo que havia no setor. 

A situação considerada atípica, de catástrofe, que exige intervenção imediata, foi enfatizada pelo secretário municipal de Saúde de Muqui, Marcio Costa Ribeiro. O titular da pasta de Muqui considerou que há municípios que foram duramente atingidos e aqueles vizinhos que de alguma forma sofrem consequência, não só da chuva diretamente, mas da situação e emergência de outros pela proximidade geográfica. Muqui não sofreu tanto com as consequências das fortes chuvas, por isso está em melhor situação. 

Muqui, com suas unidades de saúde, está preparada para atender o aumento das demandas da região por conta da tragédia. Inclusive, já recebeu medicamentos da Sesa, próprios para o tipo de necessidade causada pelas enchentes.

“Com a Superintendência, com o Estado e todo o apoio que a gente vem recebendo, Muqui já começou a se preparar para um possível aumento da demanda. Já direcionamos nossa frota para ajuda humanitária em Mimoso, estamos fornecendo insumos, alimentos, marmitex, café da manhã para a população”, relatou o secretário. 

Participantes

Além dos que falaram, participaram da reunião representantes de Vargem Alta, Atílio Vivácqua, Rio Novo do Sul, Bom Jesus do Norte (on-line); representante do Hospital Casa de Caridade São José de Alegre, Rita Mascarenhas; o coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel bombeiro militar Washington Ferreira Dias; e o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Paulo Grola. 

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