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Segurança

Operação ‘ARMAS.COM’: PC desarticula vídeos de fabricação ilegal de armas

Segundo a Polícia Civil, diversos grupos criminosos no Estado capixaba estariam aprendendo a desenvolver armas caseiras, aumentando assim o arsenal armamentista de traficantes

Por Redação

3 mins de leitura

em 19 de abr de 2024, às 17h23

Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), finalizou a operação ‘ARMAS.COM’, que desarticulou uma rede de divulgação de vídeos de ensino e instrução para a fabricação de armas de fogo caseiras e também de tráfico de armas de fogo caseiras. Os vídeos eram divulgados sem restrições, por meio de uma plataforma aberta de vídeos on-line.

 “O Ministério da Justiça compreendeu a grandeza da nossa investigação e irá convocar todos os Estados que também estão sofrendo com esse mesmo problema, para que juntos possamos executar operações policiais e tirar essas pessoas de circulação, para que essas armas não entrem no mercado do crime”, relatou o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda.

Segundo a PC, o início das investigações pela Desarme se deu depois de confirmado que armeiros de fábricas clandestinas de armas de fogo do Espírito Santo teriam iniciado as suas atividades após tomarem conhecimento e aprenderem todo o ofício da produção de armas de fogo caseiras, por meio da plataforma de vídeos.

No entanto, em uma operação anterior da Desarme deflagrada em dezembro de 2023, denominada ‘Legado Armeria’, um suspeito admitiu ter aprendido a fabricar armas por meio desses vídeos, contribuindo para a produção de cerca de 200 armas clandestinas. “A prisão ocorreu no meio da investigação e ascendeu um alerta para a equipe policial, que desenvolveu uma atuação estratégica para combater o tráfico ilegal de arma, mas também controlar a fabricação ilegal”, informou o titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos, delegado Daniel Belchior.

Durante as investigações, foi contabilizado que, nos canais identificados, os mais de mil vídeos disponíveis abertamente para qualquer espectador, juntos, somavam mais de 110 milhões de visualizações. Os canais tinham um total aproximado de 843 mil inscritos.

“Na plataforma, foi desenvolvido uma rede de compartilhamento, juntamente com documentos, que traziam o passo a passo de como fabricar uma arma caseira. Mais de mil vídeos foram excluídos da plataforma, totalizando 110 milhões de visualizações em canais que somavam 843 mil inscritos. No início, chegamos a notificar a plataforma, porém não houve colaboração. Por isso, foi acionado o Ministério Público do Espírito Santo (PCES), que emitiu um mandado de remoção do conteúdo”, completou o delegado.

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Além disso, os canais identificados durante a investigação passaram a servir como verdadeira rede de comunicação, por meio de suas abas de comentários aos vídeos, entre armeiros clandestinos no Brasil, ficando constatada nas investigações a troca de dúvidas e contatos, e a negociação de armas de fogo e projetos em PDF de armas caseiras com orientações técnicas para a produção.

De acordo com as investigações, os responsáveis pelos canais atuavam em grande parte do território brasileiro, sendo identificados suspeitos com oficinas clandestinas nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Rondônia, Mato Grosso, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Bahia, entre outros. Diversos grupos criminosos no Estado capixaba também estariam aprendendo a desenvolver armas caseiras, aumentando assim o arsenal armamentista de traficantes.

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