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Internacional

Netanyahu dissolve gabinete de guerra em Israel

A decisão foi tomada nesta segunda-feira (17), poucos dias após o político opositor Benny Gantz e o general Gadi Eisenkot abandonarem a estrutura governista

Por Estadão

3 mins de leitura

em 17 de jun de 2024, às 10h58

Foto: Tânia Rego | Agência Brasil
Foto: Tânia Rego | Agência Brasil

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, dissolveu o gabinete de guerra em Israel, criado nos primeiros dias do conflito com o grupo terrorista Hamas, na Faixa de Gaza.

Ele vai concentrar as decisões sobre a ofensiva militar no enclave palestino no governo.

A decisão desta segunda-feira (17) se dá poucos dias após o político opositor Benny Gantz e o general Gadi Eisenkot abandonarem a estrutura governista.

O fato acontece meio a pressões de setores da extrema direita do país para integrarem o gabinete.

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Gabinete da guerra em Israel

Netanyahu comunicou a dissolução do gabinete aos demais integrantes na noite de domingo, 16, segundo fontes do governo israelense ouvidas por veículos de imprensa. As decisões sobre o conflito passariam agora para um grupo mais restrito a integrantes do governo.

Parte dos assuntos que o gabinete tratava anteriormente seguirão para o gabinete de segurança do governo. As informações são de uma apuração inicial do jornal israelense Haaretz.

Um fórum ainda mais exclusivo, abordará decisões mais sensíveis. A formação é composta por integrantes da cúpula do governo, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, e do presidente do Shas, Aryeh Deri. Gallant era parte do gabinete de guerra, enquanto Deri exercia papel de observar.

Apesar de fechar as decisões sobre o conflito na cúpula do governo, a medida de Netanyahu trava as pretensões da extrema direita israelense de entrar no gabinete de guerra.

Após as saídas de Gantz e de Eisenkot, os ministros da Segurança Interna, Itamar Ben-Gvir, e das Finanças, Belazel Smotrich, pressionaram o premier para serem considerados para ocupar as posições.

Tanto Ben-Gvir quanto Smotrich defendem uma posição linha-dura contra o Hamas e outras facções da resistência palestina na Cisjordânia.

Ben-Gvir já defendeu abertamente a reocupação de Gaza. Essa linha o comando militar e político do país não ousaram cruzar publicamente desde o início da guerra.

Pausa tática na guerra em Israel

O anúncio também acontece após as Forças Armadas israelenses anunciarem uma suspensão “local e tática” das operações militares diurnas.

A ação se desenrola perto de uma passagem de fronteira em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, que provoca a ira da extrema direita.

A medida é parte de um esforço para facilitar a distribuição de ajuda humanitária, após meses de advertências sobre a intensificação da fome no território palestino.

Apausa operacional é “das 8h às 19h todos os dias, até nova ordem, ao longo da estrada que conecta o cruzamento de Kerem Shalom à estrada de Salah al-Din e segue em direção ao norte”.

O posto de fronteira, que Israel controla, fica na intersecção entre Gaza, Egito e Israel.

Ben-Gvir, reage e afirma que a pausa humanitária fazia parte de uma “abordagem louca e delirante”. Além disso, descreve “quem tomou essa decisão” como “malvado” e “tolo”.

Porém, o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disse que a ajuda humanitária ajuda a manter o Hamas no poder. Também aponta o risco de colocar “as conquistas da guerra no ralo”. (com agências internacionais).

Estadão Conteúdo

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