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Saúde e Bem-estar

Glaucoma: 70% dos pacientes não sabem que têm a doença

A doença danifica o nervo óptico, responsável por transmitir as informações visuais da retina para o cérebro

Por Redação

3 mins de leitura

em 15 de jul de 2024, às 14h42

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma afeta aproximadamente 64 milhões de pessoas e é reconhecido como a principal causa de cegueira irreversível no mundo. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) estima que 1,5 milhão de pessoas têm a doença, sendo que cerca de 70% desconhecem sua condição.

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Essa doença danifica o nervo óptico, responsável por transmitir as informações visuais da retina para o cérebro e pode afetar indivíduos de todas as idades. Embora a maioria dos casos ocorra em pessoas com mais de 40 anos.

O médico oftalmologista do Hospital de Olhos Vitória Marco Moraes explica que o principal fator de risco é a pressão intraocular elevada. Que resulta do acúmulo de líquido dentro do olho. “As razões para esse excesso podem variar, incluindo o uso prolongado de certos medicamentos e a obstrução da drenagem ocular e outras causas, como a diabetes”, afirma.

Alterações no fluxo sanguíneo

Além disso, o especialista destaca que alterações no fluxo sanguíneo também podem contribuir para o glaucoma, pois a nutrição do nervo óptico pode ser prejudicada, comprometendo sua função. A doença também pode ser hereditária, com algumas crianças já nascendo com a condição devido a uma má formação ocular que leva à pressão intraocular elevada.

Em todo caso, o glaucoma é um mal silencioso. Os sintomas como perda da visão lateral, dor intensa e súbita em um dos olhos, olhos vermelhos e inchados, náuseas e vômitos, apenas se manifestam em estágios avançados.

Por isso o médico alerta sobre a importância de realizar exames oculares regulares para um diagnóstico precoce e tratamento adequado. “Muitas pessoas não percebem que há algo errado com sua visão, pois a perda ocorre gradualmente, dificultando o tratamento e a prevenção da cegueira”.

Essa é a situação do motorista Lindomar Rosa Faria, de 49 anos, que nunca havia consultado um oftalmologista. Assim, só percebeu que sua visão não estava normal quando a sua sogra notou que ele estava estendendo muito o braço para ler. “Fui ao oftalmologista, e a médica disse que a pressão intraocular estava alta e havia uma escavação no fundo do olho. Ela solicitou exames e o glaucoma foi confirmado em 2017”, relatou. Hoje, Lindomar mantém a pressão intraocular controlada com medicamentos, e revela não ter apresentado progressão na escavação do disco óptico, desde então.

Tratamento

Como no caso do Lindomar, os medicamentos são a principal forma de tratamento, visando reduzir ou estabilizar a pressão intraocular. “Quando esse objetivo é alcançado, os danos ao nervo óptico podem ser evitados”, explica o oftalmologista.

A prevenção e o tratamento adequado de doenças crônicas, como a diabetes e suas complicações oculares, são também essenciais para evitar ou retardar a progressão do glaucoma.

Mas, uma vez que perde a visão, não há como recuperá-la. “Como o glaucoma é uma doença que afeta o nervo óptico, não existe tratamento capaz de restaurar a visão, pois as células nervosas não se regeneram”, ressalta o especialista.

Recomendação

De acordo com o médico, as idas ao oftalmologista devem ser pelo menos uma vez por ano. Já para as pessoas que têm um histórico familiar da doença ou possuem diabetes. A recomendação é que as visitas sejam de seis em seis meses.

“Essa é a única forma de diagnosticar precocemente e impedir a progressão da doença”, ressalta.

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