Sediado em Guaçuí, no Sul do Espírito Santo, o grupo teatral Gota, Pó e Poeira vai estar uma temporada em Minas Gerais, onde participa da oitava edição do Festival Nacional de Teatro de Passos e Região. A trupe abre o evento, neste sábado (20), às 16 horas, com apresentação do espetáculo “A Roupa Nova do Imperador”, na localidade do Vale do Céu, no município de Delfinópolis.
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O Gota, Pó e Poeira permanece no festival até o último dia do evento, no próximo domingo (28). “Além da primeira apresentação no sábado (20), na terça-feira (23) vamos exibir o espetáculo também na cidade de Passos, dentro da mostra competitiva oficial do festival. Todo o elenco está bem entusiasmado com essas apresentações e confiante numa boa aceitação do trabalho que, neste ano, já cumpriu temporada em Curitiba, Paraná. O Festival de Passos e outros oferecem um intercâmbio muito importante, que só tem a somar e favorecer o crescimento do grupo”, pontua Carlos Ola, diretor do grupo há quatro décadas.
De acordo com ele, o espetáculo “A Roupa Nova do Imperador” é uma adaptação livre da obra de Hans Christian Andersen, um clássico da literatura infantil, porém com a linguagem de rua. Ele traz a linguagem do grupo nos últimos tempos, com musicalidade, irreverência e aproximação com a plateia. “E um texto atemporal e que dialoga muito com as aspirações do povo. Traz problemas atuais que merecem uma reflexão contínua”, destaca o diretor.
Além de apresentar esse espetáculo, o grupo vai participar de inúmeras atividades do festival, incluindo debates, oficinas e a integração com uma rede de intercâmbio com os outros grupos, visando à formação e à informação.
Carlos Ola ressalta que o festival é um dos mais importantes de Minas Gerais, uma vez que reúne grandes espetáculos e nomes de peso da cena teatral brasileira. “Isso atraiu nosso grupo em anos anteriores quando levamos os espetáculos ‘A estória do homem que vendeu sua alma ao diabo e quase perdeu o seu amor’, ‘Bumba meu boi’, e ‘Os Sacrilégios do Amor’. Todos tiveram boa repercussão e ganharam prêmios. O festival é uma vitrine para todos os grupos. A partir dele, podemos articular parcerias e intercâmbios, buscar mais amadurecimento. Além disso, há o lado afetivo, pois a produção do festival sempre nos recebe com enorme carinho”, frisou.
O grupo teatral Gota, Pó e Poeira participa do festival com recursos do Governo do Estado, por meio do edital Circulação e Intercâmbio, da Secretaria da Cultura (Secult). Segundo Carlos Ola, é um mecanismo de fomento indispensável, pois possibilita a muitos artistas e fazedores de cultura circular com seus trabalhos, sobretudo fora do Espírito Santo, para que a cultura local seja conhecida para além destas terras.
“Todo grupo ou companhia anseia mostrar seu trabalho para o mundo. E muitos festivais e mostras não oferecem cachês nem ajudas de custo, para subsidiar as estadias. O edital, ao investir esses recursos, permite que a cultura capixaba seja vista também em outros estados, apresentada nesses festivais, ou mesmo fora do País. Iniciativas assim contribuem para dar mais visibilidade à nossa cultura”, afirma o diretor Carlos Ola.
Sinopse do espetáculo
Baseado no conto de Hans Christian Andersen, o espetáculo narra a história de um rei narcisista, preocupado somente com suas roupas, enquanto o povo cada vez mais é oprimido por impostos.
Diante de mais um concurso para eleger a nova roupa do rei, dois espertalhões armam um plano mirabolante, de fazer um traje belíssimo em que somente aqueles que são “nobres” podem ver, deixando o Rei na dúvida se é realmente o legítimo herdeiro de seu trono.
Desconfiado, o rei sempre orienta seus ministros de observarem o feitio da roupa, e todos confirmam sua existência. E para festejar o novo traje, o rei vai sair em desfile pelo reino, causando espanto em muitos, principalmente na sinceridade da criança.
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