Proposta veta procriação coercitiva de animais no Espírito Santo
As determinações previstas no projeto de lei incluem todos os animais de estimação e convívio domiciliar e afetivo, estejam sob a responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas.

Projeto de Lei (PL) 444/2024, da deputada Janete de Sá (PSB), pretende proibir a procriação de animais para fins comerciais, com a utilização de meios artificiais para forçar o coito, ação que ameaça a condição física ou psicológica do animal no Espírito Santo.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiA iniciativa também estabelece normas para os acasalamentos que possam ocasionar muitos riscos de problema congênitos: mesmo se não forem realizados de forma coercitiva, eles só devem ser feitos sob orientação de profissionais especializados em reprodução animal, para que os mesmos observem o grau de consanguinidade entre os progenitores.
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As determinações previstas no projeto de lei incluem todos os animais de estimação e convívio domiciliar e afetivo, estejam sob a responsabilidade de pessoas físicas ou jurídicas.
A proposta parlamentar estabelece uma série de sanções em caso de descumprimento das normas, entre elas multas de 1.000 (para pessoa física) a 3.000 (para pessoa jurídica) Valores de Referência do Tesouro Estadual (VRTEs), o que corresponde, em 2024, a valores entre R$ 4.503,20 e R$ 13.509,60. Em caso de reincidência no período inferior a dois anos, o valor da multa dobra. Os valores arrecadados com a sanção deverão ser destinados à subconta “Bem-estar Animal”, ligada ao Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fundema).
Também há previsão de apreensão dos animais. No caso de a infração ser cometida por pessoa jurídica, a inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS pode ser cassada. E se o infrator for médico veterinário, as sanções impostas pela lei não anulam as punições previstas pelos Conselhos Federal e Regional de Medicina Veterinária.
Na justificativa do projeto, a deputada Janete de Sá alerta que os acasalamentos com elevado risco de proles com problemas congênitos podem ser fatais ou causar sérias sequelas para os filhotes. Assim, a reprodução sem esse planejamento genético contribui para o abandono do animal, já que os filhotes com problemas congênitos não estariam aptos à comercialização.
Já em relação às ações coercitivas para forçar o coito, de acordo com a parlamentar, elas “contribuem para que as criações se transformem em fábricas de filhotes, aumentando significativamente as chances de ocorrência de maus-tratos, vez que submetem os animais a um grande estresse psicológico e físico”.
Tramitação
As comissões de Justiça, Bem-Estar dos Animais e Finanças emitirão parecer sobre a proposta antes da votação pelos deputados em plenário.