Técnica de enfermagem é presa por torturar bebê de dois meses no ES
A enfermeira trabalhava como técnica de enfermagem em uma UTI pediátrica, em hospital de grande porte

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), prendeu uma técnica de enfermagem, de 31 anos, investigada por torturar um bebê de dois meses.
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As investigações contaram com imagens de videomonitoramento, que constataram os atos de tortura. Segundo a Polícia Civil, a investigada exerce sua profissão em um hospital de Cariacica.
Assim, foi solicitado a Justiça um mandato de prisão preventiva para a técnica de enfermagem, que foi cumprido no último dia 30 de julho.
Segundo a delegada Gabriela Enne, a investigada é uma técnica de enfermagem, que foi contratada por um casal, para trabalhar na residência deles, cuidando do bebê, quando tinha um mês e uma semana de idade. Atualmente o bebê está com dois meses.
A enfermeira trabalhava como técnica de enfermagem em uma UTI pediátrica, em hospital de grande porte, quando a mãe começou a desconfiar, por conta de um hematoma no braço da criança. Assim, resolveu analisar as imagens das câmeras de videomonitoramento, onde descobriu uma sequencias de agressões.
“Ela descobriu uma sequencia de agressões muito fortes, naquela mesma noite, quando ouviu o choro da criança, resolveu analisar todas as imagens, dos dias que a técnica trabalhou lá, durante um mês e meio. Descobrindo que ela dava tapas no bebê, socos nas costas do bebê, pegava pelo pescoço, sem a menor proteção e, em alguns momentos, sufocava a criança com a fralda. Ela chegou a tapar, com a mão, o nariz, sufocando essa criança por alguns segundos”, ressaltou a delegada Gabriela Enne.
Segundo a Polícia Civil, a suspeita ministrou doses de remédios, medicamentos e até formulas de maneira excessiva, que não foram prescritos pelo pediatra da criança.
“Com todos esses elementos, fica evidente o crime de tortura, imagens irrefutáveis, em relação a essa técnica de enfermagem, ainda somado ao fato dela trabalhar em uma UTI pediátrica. Grande risco de reiteração de condutas, já que ela trabalha com muitas crianças “, frisou a delegada.
De acordo com a delegada Gabriela Enne, o bebê está em estudo, para ver se desenvolveu maiores lesões internas e sequelas. Além do hematomas causados e também um refluxo gastrointestinal, que aumentou muito no último mês, por conta da criança ter passado por um estresse crônico. Inclusive, existe a síndrome do bebê sacudido, que está sendo investigado neste momento, pelo fato da mulher sacolejar muito a criança, podendo ocasionar lesão cerebral.
Sobretudo, a Polícia Civil pediu pela prisão preventiva dela e, rapidamente, o Poder Judiciário concedeu, assim, a PC efetuou a prisão da enfermeira.
Ainda segundo a delegada, a enfermeira foi indiciada pelo crime de tortura, indo para audiência de custódia, onde não foi liberada, e segue presa. A prisão foi convertida de temporária para preventiva, diante do risco de reiteração da conduta, assim, ela segue presa. A enfermeira foi presa na última terça-feira (30), em Cariacica, no hospital onde ela trabalhava.
Nota oficial do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES):
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) informa que tomou conhecimento, a partir de denúncia da Polícia Civil, de uma violenta agressão e tortura a um recém-nascido perpetrada por uma Técnica de Enfermagem.
Em vídeos apresentados, é possível ver a profissional desferindo tapas e socos na criança de apenas 2 meses de idade, além do manuseio inadequado do bebê.
Diante das denúncias apresentadas, o Coren-ES informa que está tomando todas as medidas necessárias, conforme a Resolução Cofen nº 706/2022, que normatiza o Código de Processo Ético do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, para a apuração do caso.
Se a denúncia for considerada admissível, a profissional será julgada pela conduta de seu exercício profissional, podendo receber censura, suspensão e/ou até a cassação do direito de exercer a profissão.
“O Coren-ES reforça que este caso isolado não representa o importante papel da Enfermagem capixaba na maternidade e pediatria, que é promover uma assistência qualificada às gestantes, puérperas e recém-nascidos. O Conselho continuará atuando de acordo com a Lei nº 5.905/73 para a promoção da disciplina, da normatização e dos preceitos éticos e legais do exercício da Enfermagem para a sociedade”, destaca o presidente do Coren-ES, Dr. Wilton José Patrício.
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