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Cidades

Diocese de Cachoeiro celebra Santa Teresinha do Menino Jesus

Na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, as homenagens ocorrem na Catedral de São Pedro, no Carmelo São José e nas Comunidades Eclesiais de Base dedicadas à Santa Teresinha

Por Redação

6 mins de leitura

em 01 de out de 2024, às 17h24

Foto: Divulgação/Diocese de Cachoeiro
Foto: Divulgação/Diocese de Cachoeiro

A Igreja Católica celebra nesta terça-feira, dia 1° de outubro, Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões e doutora da Igreja. Na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, as homenagens ocorrem na Catedral de São Pedro, no Carmelo São José e nas Comunidades Eclesiais de Base dedicadas à Santa Teresinha.

Na Catedral de São Pedro, no Centro de Cachoeiro, uma Celebração Solene foi presidida pelo padre Enildo Genésio de Souza, diretor da Rádio Diocesana Fm 95,7 às 12h. Aliás, a celebração religiosa marcou às homenagens a padroeira da emissora e do Clube da Fé.

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“Todos os seus gestos e sacrifícios oferecia a Deus pela salvação das almas dos pecadores e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do Menino Jesus sempre conservou um coração de criança e, ensinada pelo Espírito Santo, descobriu o caminho para a santidade”, expressou o presbítero em sua homilia.

No Carmelo São José, um dos locais mais visitados pelos devotos em Cachoeiro, a Celebração Eucarística será presidida pelo Vigário Episcopal para Comunicação, Padre José Carlos Ferreira da Silva às 19h30.

Santa Teresinha

Thérèse Françoise Marie Martin nasceu em Alençon, em 2 de janeiro de 1873, de um casal de ourives, muito católicos, “dignos mais do céu do que da terra”, como Terezinha os definia. Ela era a última de oito filhos, três dos quais morreram quando crianças.

Aos quatro anos, ficando órfã de mãe, reviveu o drama do abandono, por causa da entrada progressiva de quatro de suas irmãs para o Carmelo. No entanto, recebia o carinho especial do seu pai, que a chamava “pequena rainha da França e de Navarra”, como também “a pequena órfã de Beresina”.

Por sua vez, ela também entra para o Carmelo de Lisieux, com apenas quinze anos, por especial autorização do Papa Leão XIII, após ter ido suplicá-lo em Roma: “Você vai entrar, se Deus quiser”, foi a resposta do Pontífice.

Contudo, o desejo da jovem era “salvar as almas” e, sobretudo, “rezar para ajudar os sacerdotes”. Na hora de fazer a profissão dos votos religiosos ela recebeu o nome de Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face.

A pedido da Superiora, Terezinha começou, imediatamente, a escrever um diário, no qual fez algumas anotações sobre as etapas da sua vida interior. Em 1895, escreveu: “No dia 9 de junho, festa da Santíssima Trindade, recebi a graça de entender, mais do que nunca, quanto Jesus quer ser amado!”.

Pequeno caminho

Na França, no final do século XIX, difundia-se o pensamento positivista, impulsionado por grandes invenções e apoiado por ideias anticlericais e ateístas.

Por isso, a elaboração de uma espiritualidade muito original, também chamada “teologia do Pequeno Caminho” ou “da Infância Espiritual”, assume particular importância. Trata-se de uma espiritualidade, cuja pratica do amor a Deus não se baseava em grandes ações, mas em pequenos atos diários, aparentemente insignificantes.

Em sua autobiografia, Santa Teresa escreve: “Há somente uma coisa a ser feita: oferecer a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”. E, ainda: “Quero transmitir as pequenas ações que consegui fazer”.

Na sua elaboração original, o Diário tem um subtítulo: “História primaveril de uma florzinha branca”. No entanto, sob um aparente romanticismo, se oculta, na verdade, um caminho árduo rumo à santidade. Marcado por uma forte resposta ao amor de Deus pelo homem.

Coirmãs do Carmelo

Incompreendida pelas coirmãs do Carmelo, Teresa declara ter recebido “mais espinhos que rosas”, mas aceitava com paciência as injustiças e as perseguições, como também as dores e os sofrimentos da sua doença, oferecendo tudo “pelas necessidades da Igreja”, “lançar rosas sobre todos, justos e pecadores”.

Para João Paulo II e Bento XVI, a exclusividade da sua espiritualidade era a total abertura à invasão do amor de Deus, a capacidade de responder a este amor também nas “noites” do espírito: neste sentido, era irmã dos pecadores, dos distantes, dos ateus, dos desesperados; eis porque foi declarada Padroeira dos missionários.

Morte e acontecimentos da “história de uma alma”

Após nove anos de vida religiosa, Teresa morre, com apenas 24 anos de idade, em 3º de setembro de 1897, acometida por tuberculose. Em 1923, foi beatificada pelo Papa Pio XI, que a considerava a “estrela do seu Pontificado” e, logo a seguir, canonizada em 1925.

Nos anos 50, no século passado, o abade André Combes, – teólogo no “Institut Catholique”, na Sorbonne de Paris, e na Universidade Lateranense, em Roma, – descobriu as manipulações feitas, em boa fé, no Diário de Teresa, pelas suas próprias coirmãs, que a consideravam a pequena de casa. A doutrina espiritual e teologal da “Infância Espiritual” não se limitavam, apenas, em um princípio psicológico e sentimental, composto só de pequenas coisas.

O coração da sua espiritualidade consistia mais na consciência de que o homem, mesmo na sua pequenez, acaba sendo divinizado pela Graça. Desta forma, Teresa responde aos “mestres suspeitosos”, como Feuerbach, Marx, Freud, Nietzsche. O homem-criatura, que se deixa divinizar pela invasão do amor de Deus, não é, absolutamente, “alheado”.

Visita das Relíquias à Diocese de Cachoeiro 

A vinda do relicário à Diocese de Cachoeiro de Itapemirim foi motivada pelas celebrações dos 150 anos de nascimento da Santa, alcançados em 2023. Em festejo, a Basílica de Lisieux, na França, onde ficam guardadas as relíquias, enviaram o relicário para diversas Dioceses que possuem monjas carmelitas, congregação religiosa que Santa Teresinha pertenceu. Aliás, ao todo, 70 cidades brasileiras vão receber a visitação da Santa, que teve início em fevereiro deste ano.

Portanto, na Diocese de Cachoeiro, as relíquias chegaram no dia 6 de julho, às 10h50. Logo na sua recepção, dezenas de fiéis aguardavam pela urna na localidade de Safra, em Itapemirim. Escoltada pela Polícia Rodoviária Federal, as relíquias foram transportadas por dois veículos do Corpo de Bombeiros Militar até a Catedral de São Pedro. Lá, centenas de devotos tiveram um contato próximo com o relicário.

No entanto, no mesmo dia, poucas horas depois, mais de 500 jovens vivenciaram profundos momentos devocionais com a urna durante a Jornada Regional da Juventude (JRJ). Aliás, no Carmelo Descalço São José, foram dez missas, uma vigília, uma vésperas e duas laudes vivenciadas ao longo de 4 dias. Por fim, as relíquias também passaram pelos municípios de Mimoso do Sul e Muqui.

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