Alunos aprendem sobre representatividade negra com atividades lúdicas
Cada escola tem ao menos um professor em cada turno responsável por promover atividades que reforçam o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena.
No mês em que se celebra o Dia Nacional da Consciência Negra, os alunos do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Maria Rachel do Nascimento, em Flexal II, participaram de uma atividade especial que promoveu educação e representatividade, reforçando a importância da igualdade racial desde a infância.
A ação, idealizada pela professora e embaixadora do Programa de Educação para Relações Étnico-Raciais no Espírito Santo (ProERER), Juliana Sampaio, usou o lúdico para ensinar sobre figuras negras de destaque, tanto do Brasil quanto do mundo, em áreas como educação, ciência, esportes e cultura.
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A dinâmica escolhida foi um jogo da memória, onde as crianças tiveram a oportunidade de conhecer personalidades históricas e contemporâneas negras. Entre os nomes abordados estavam ícones como Gilberto Gil e Milton Nascimento, figuras marcantes da música e da cultura brasileira.
“Eu montei o jogo, coloquei dentro da caixa e fiz uma dinâmica de roda antes deles jogarem, onde eles tiravam às cegas cada personalidade. A partir do momento em que eles iam tirando, eu perguntava se eles conheciam, se já tinham visto, aí a maioria dessas respostas era não. Se a personalidade era um cantor tipo Gilberto Gil, por exemplo, eu falava sobre a trajetória dele e colocava uma música, aí eles ouviam a obra do artista”, explica ela.
A atividade faz parte do 4º módulo da formação de embaixadores do Programa de Educação para Relações Étnico-Raciais no Espírito Santo (ProERER), que visa implementar práticas pedagógicas voltadas para a promoção da igualdade racial.
Atividade bem aceita pelos alunos
A abordagem, que trouxe a representatividade de forma prática aos alunos, permitindo que eles se identificassem e reconhecessem a importância dessas figuras na sociedade, não se limitou à sala de aula de Juliana: ela estendeu a iniciativa para toda a escola, criando um plano de aula para que outros professores pudessem replicar a experiência em suas turmas.
“Foi bem bacana porque deu para ver a surpresa deles em algumas vozes, tipo a do Milton Nascimento, por exemplo. Eu achei bem interessante essa dinâmica pré-jogo, aí depois que fizemos tudo isso, eu deixei eles jogando efetivamente. Depois que apliquei a atividade na minha turma, eu disponibilizei também para toda a escola e fiz uma proposta de plano de aula, disponibilizando os materiais para que as outras turmas pudessem aplicar também”, disse a professora.
O papel dos embaixadores na construção da educação inclusiva
A coordenadora do setor de educação para as relações étnico-raciais, Vivian Renata, destacou o impacto positivo do projeto Embaixadores ProERER no ambiente escolar. Cada escola tem ao menos um professor em cada turno responsável por promover atividades que reforçam o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena.
A formação desses profissionais é contínua, e o módulo mais recente foi justamente sobre como desenvolver materiais pedagógicos concretos, como o jogo da memória, para trabalhar esses temas com as crianças.
“A nossa coordenação tem um projeto chamado Embaixadores ProERER, em que a escola tem um professor em cada turno que é responsável por fazer atividades que reforçam o ensino da história e cultura africana e indígena. A professora Juliana é a embaixadora no CMEI, então no quarto módulo da formação que desenvolvemos para ele, nós ensinamos como o profissional pode fazer material concreto para trabalhar história e cultura africana na sala de aula. E a partir disso, ela desenvolveu esse joguinho para trabalhar com as crianças”, explicou Vivian
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