Economia

Presentes de Natal chegam a ter mais de 70% de impostos no seu preço

Entre as principais escolhas para presentear, o perfume e a maquiagem importados são os campeões de tributos, com, respectivamente, 77,43% e 71,43% de seus valores finais voltados para os cofres públicos

Por Redação

4 mins de leitura

em 23 de dez de 2024, às 10h46

Foto: Ilustrativa/Pixabay
Foto: Ilustrativa/Pixabay

Durante a corrida para as compras de Natal, os percentuais de tributos embutidos nos preços finais dos presentes podem passar despercebidos pelos consumidores. Esses valores acabam encarecendo o produto, principalmente quando são itens importados, já que há um imposto a mais que é cobrado sobre ele.

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Levantamento do advogado tributarista Samir Nemer aponta que a tributação pode ultrapassar 70% do valor final do produto. Esse é o caso dos perfumes e maquiagens importados.

“Quando compramos itens produzidos no exterior, estamos pagando não apenas pelo produto em si, mas por uma série de tributos que incidem sobre a importação e comercialização deles. Esses tributos são compostos por impostos federais, estaduais e municipais, e acabam elevando consideravelmente o preço final ao consumidor”, explica Nemer, que é sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.

Entre os campeões de tributação, o perfume é o que mais impacta o bolso do brasileiro. Segundo o advogado, um perfume importado tem 77,43% de seu valor final destinado ao pagamento de impostos.

“A composição tributária é complexa. Desde a importação do produto até a sua venda no mercado nacional, diversos tributos como IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), PIS (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e o Imposto de Importação se acumulam”, detalhou o advogado.

No caso das maquiagens importadas, a carga tributária não fica muito atrás. O valor final desses produtos conta com 71,43% dele destinado a impostos. “Esses itens estão entre os mais afetados pela tributação, principalmente devido ao processo de importação e à alta carga de ICMS”, ressaltou.

Nemer também sugere que os consumidores considerem alternativas como a compra de produtos nacionais, que podem ter uma carga tributária menor. “Buscar opções brasileiras pode ser uma solução mais econômica e vantajosa para o consumidor que quer reduzir a carga tributária em suas compras. Mesmo assim, em itens como perfumes e maquiagem nacionais, ainda há elevados índices de tributação, chegando a 66,18% e 53,17%, respectivamente”, detalhou o advogado.

Nemer alerta também para a importância de uma maior transparência nos preços e uma melhor educação tributária. “O consumidor, muitas vezes, não tem a clareza sobre quanto está pagando em impostos, mas, com a reforma tributária aprovada e enviada para a sanção presidencial, a expectativa é termos um destaque mais claro na nota fiscal sobre o total de tributos embutidos no preço final, permitindo ao consumidor entender o impacto da carga tributária de forma direta. É essencial esse conhecimento para que cada cidadão cobre dos gestores públicos o retorno desses impostos para a sociedade em forma de serviços como saúde, educação, segurança, infraestrutura e transporte de qualidade”, explicou Nemer.

Ranking dos principais presentes e seus impostos:

  • Perfume importado: 77,43%
  • Maquiagem importada: 71,43%
  • Perfume nacional: 66,18%
  • Ipad importado: 65,71%
  • Vinho importado: 64,57%
  • Smartphone importado: 62,46%
  • Tênis importado: 58,59%
  • Maquiagem nacional: 53,17%
  • Cosméticos: 52,69%
  • PlayStation: 51,46%
  • Ipad nacional: 47,90%
  • Relógio: 47,41%
  • Vinho nacional: 45,56%
  • Óculos de sol: 43,91%
  • Tênis nacional: 36,02%
  • Bijuterias: 42,43%
  • Carrinho, boneca e demais brinquedos: 39,52%
  • Sapato: 36,26%
  • Bermuda, camisa e outras roupas: 34,58%
  • Chinelo: 31,09%

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