Especulação imobiliária: MP atua para proteger Pedra Azul
No documento, o Ministério Público destaca a aceleração da ocupação urbanística no entorno da Pedra Azul, com risco de sério e irreversível prejuízo à humanidade no que tange ao direito da paisagem.

O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça de Domingos Martins, oficiou a Secretaria Estadual de Cultura (SECULT) e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), solicitando a abertura do processo de tombamento do patrimônio natural paisagístico do maciço de Pedra Azul, situada no município de Domingos Martins.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiO pedido, apresentado pela 1ª Promotora de Justiça Jane Vello Corrêa de Castro, tem o objetivo de assegurar, pelo tombamento, a preservação paisagística e urbanística do entorno da formação rochosa. O MPES visa a proteção da região, em razão da especulação imobiliária na localidade.
No documento, o Ministério Público destaca a aceleração da ocupação urbanística no entorno da Pedra Azul, com risco de sério e irreversível prejuízo à humanidade no que tange ao direito da paisagem.
Dessa forma, nos requerimentos, o Ministério Público justifica que, pela beleza natural e importância cultural, a Pedra Azul ultrapassa o conceito de bem municipal, e apresenta-se como patrimônio natural da humanidade.
Nesse sentido, Relatório Técnico elaborado Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) incluído no procedimento instaurado pelo MPES relata que o Parque Estadual da Pedra Azul “vem sofrendo nos últimos anos problemas ambientais que colocam em risco o alcance dos objetivos de sua criação legal”.
“Adicionalmente, a pressão imobiliária ao redor da unidade conservação tem colocado em risco muitos elementos componentes de sua paisagem, principalmente a visada do maciço da Pedra Azul”, consta no Relatório Técnico do IEMA.
Uso irregular
O documento destaca que tem sido observado o uso irregular do solo e da água na região, bem como a crescente expansão de condomínios sobre áreas naturais, que tem transformado e ameaçado a paisagem local. O relatório apontou, ainda, a região do Parque Estadual Pedra Azul como estratégica para o Estado no que tange ao ecossistema local, economia, turismo, ciência e outros aspectos.
Diante disso, o IEMA orientou que são necessários instrumentos para garantia da preservação do local para as gerações futuras, recomendando o tombamento do maciço rochoso que compõe a paisagem da Pedra Azul (Pedra Azul, Pedra do Lagarto e Pedra das Flores) como patrimônio natural cultural.
O MPES tem atuado para a concretização do processo e realizado reuniões com os órgãos responsáveis. Com isso, a instituição visa, a partir do ato administrativo do tombamento, preservar a paisagem do local e garantir sua integridade como bem da sociedade.
Suporte
Na quinta-feira (06/02), a Promotora de Justiça Jane Vello Corrêa, titular do procedimento referente a este assunto no MPES, realizou uma reunião com o Procurador da República Carlos Vinicius Soares Cabeleira. Na oportunidade, ela propôs que o Ministério Público Federal, dentro de suas atribuições, também atue junto ao IPHAN para o tombamento do maciço de Pedra Azul.
A iniciativa também conta com o suporte do Centro de Apoio da Defesa do Meio Ambiente do MPES (CAOA), por meio da Dirigente do setor, a Promotora de Justiça Bruna Legora.
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