Economia

Centrorochas participa das articulações contra a tarifa dos EUA

O encontro, realizado em Brasília, reuniu representantes do setor produtivo nacional e membros do alto escalão do governo federal para discutir os impactos da tarifa extra de 50% imposta pelos Estados Unidos

Por Redação

6 mins de leitura

em 15 de jul de 2025, às 16h01

Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) participou, nesta terça-feira (15), da primeira reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, liderado pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O encontro, realizado em Brasília, reuniu representantes do setor produtivo nacional e membros do alto escalão do governo federal para discutir os impactos da tarifa extra de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros.

Representando o presidente da associação, Tales Machado, o superintendente Giovanni Francischetto, integrou o grupo de líderes industriais convidados e teve a oportunidade de se manifestar durante a reunião. Em sua fala, destacou a representatividade e a importância do mercado americano para o setor brasileiro de rochas naturais, que tem nos Estados Unidos seu principal destino exportador. Reforçou ainda a necessidade de negociação da tarifa como medida essencial para preservar a competitividade do arranjo produtivo nacional.

Durante o encontro, foi relatado que diversos setores da indústria já enfrentam impactos concretos da medida, incluindo a suspensão temporária de pedidos por parte de importadores norte-americanos. No setor de rochas naturais, esse movimento também já é percebido.

“Exportadores brasileiros têm recebido comunicações de clientes solicitando a retenção de embarques até que haja clareza sobre os prazos e a efetiva aplicação da tarifa, prevista para 1º de agosto”, afirmou Francischetto no encontro.

Setor de rochas

Geraldo Alckmin ouviu representantes do setor de rochas naturais e de outros segmentos da indústria nacional, como Embraer, CNI, FIESP, ABIMAQ, ABICALÇADOS, ABAL, ABIT, ABIMCI e IBÁ. O encontro contou ainda com a presença de ministros e autoridades de diferentes pastas, incluindo Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Simone Tebet (Planejamento), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além de representantes do Itamaraty. Houve consenso entre os participantes do encontro de que buscar novos mercados não é, neste momento, a solução mais eficaz, e que o governo brasileiro deve intensificar o diálogo diplomático com urgência, tentando prorrogar o início da vigência da tarifa, prevista para 1º de agosto, por pelo menos 90 dias.

A criação do comitê foi anunciada no dia anterior (14/07) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conjunto com a regulamentação da Lei de Reciprocidade Econômica. A iniciativa tem como objetivo coordenar ações estratégicas do governo brasileiro em resposta a sanções comerciais impostas por países parceiros.

Considerando esse cenário, a Associação Brasileira de Rochas Naturais está articulando uma série de ações institucionais e buscando apoio internacional para mitigar os impactos da medida. Entre as iniciativas em andamento, destaca-se o diálogo com o Natural Stone Institute (NSI), dos Estados Unidos, que organiza nesta semana uma agenda em Washington com entidades representativas de importadores americanos, com o objetivo de buscar esclarecimentos junto ao governo norte-americano.

Além disso, a Centrorochas mantém contato com a Emerald, maior organizadora de eventos do mundo e responsável pela KBIS, feira referência nos Estados Unidos. O CEO da empresa enviou uma carta ao governo brasileiro, por meio da ApexBrasil, destacando a relevância estratégica dos setores de rochas naturais (representado pela Centrorochas) e móveis (representado pela Abimóvel) para a economia local.

A associação também está em diálogo com a ApexBrasil, colocando-se à disposição para participar das rodadas de negociação com representantes do governo norte-americano, reforçando sua postura colaborativa e propositiva frente aos desafios impostos pela nova política tarifária.

Peso do mercado americano

Em 2024, os Estados Unidos responderam por 56,3% das exportações brasileiras de rochas naturais. No primeiro semestre de 2025, o setor registrou um recorde histórico, com US$ 426 milhões exportados ao mercado norte-americano, crescimento de 24,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Espírito Santo, principal estado exportador, foi responsável por mais de 94% desse volume.

A Associação Brasileira de Rochas Naturais segue acompanhando de perto os desdobramentos do cenário e atuando de forma ativa junto às autoridades e parceiros institucionais, com o objetivo de contribuir para soluções que assegurem a previsibilidade das relações comerciais e a manutenção da competitividade do setor no mercado internacional.

A seguir, os representantes do setor produtivo presentes na reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais:

  • Francisco Gomes Neto, Presidente da EMBRAER;
  • Ricardo Alban, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI);
  • Josué Gomes da Silva, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP);
  • José Velloso, Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ);
  • Haroldo Ferreira, Presidente-Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (ABICALÇADOS);
  • Janaína Donas, Presidente-Executiva da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL);
  • Fernando Pimentel, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT);
  • Paulo Roberto Pupo, Superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI);
  • Paulo Hartung, Presidente Executivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ);
  • Armando José Giacomet, Vice-Presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (ABIMCI);
  • Rafael Lucchesi, CEO da Tupy;
  • Giovanni Francischetto, Superintendente da Associação Brasileira de Rochas Naturais (CENTROROCHAS);
  • Edison da Matta, Diretor Jurídico e de Comércio Exterior do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS);
  • Cristina Yuan, Diretora de Relações Institucionais do Instituto Aço Brasil;
  • Daniel Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG;
  • Fausto Varela, Presidente SINDIFER;
  • Bruno Santos, Diretor Executivo ABRAFE;
  • Alexandre Almeida, Diretor RIMA.

Receba as principais notícias do dia no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta clicar aqui