“O Governo precisa ter paciência”, diz Casagrande sobre tarifaço
Casagrande fez uma análise do momento político com o anúncio do governo americano, após uma movimentação da família Bolsonato junto ao governo americano
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O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), foi entrevistado no fim da manhã desta quinta-feira (24), no UOL News 1ª Edição, pela Natália Mota e os colunistas Leonardo Sakamoto e Josias de Souza, para falar sobre o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, a partir de 1° de agosto.
Durante a entrevista, Casagrande fez uma análise do momento político com o anúncio do governo americano, após uma movimentação do deputado federal e filho do ex-presidente, Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, que está licenciado do cargo e está desde então nos Estados Unidos.
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“No campo político, o que está claro até o presente momento, é que esse movimento do Eduardo Bolsonaro e família Bolsonaro, trouxe um desgaste para o bolsonarismo. Muitos estão entendendo que é um movimento contrário do Brasil. O Governo brasileiro tirou proveito da situação se colocou desde o início na posição clara de defesa do Brasil, das instituições e da soberania do país, o que trouxe um resultado positivo”, avaliou.
Para Casagrande, ainda é muito cedo para avaliar como isso impactará as eleições de 2026, mas que o Governo brasileiro precisa ter paciência para conduzir um diálogo e um acordo com o governo americanos. “ “O Trump está fazendo acordo com outros países, o Brasil tem chances de entrar nesses acordos. É preciso buscar canais de diálogo, controlar as palavras e o posicionamento. Os Estados Unidos é o maior e mais importante país do mundo, que tem um presidente com um perfil diferente de outros. O Governo precisa ter paciência, evitar discursos calorosos e insistir em uma negociação”, continua o governador.
Comitê emergencial
Diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, o governador do Espírito Santo anunciou a criação de um comitê emergencial. A medida visa analisar os impactos econômicos das novas sanções comerciais, especialmente no setor produtivo capixaba. O comitê será coordenado pelo vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) e contará com a participação da Secretaria de Desenvolvimento, Fazenda, Planejamento, além do Banco de Desenvolvimento do Espirito Santo (BANDES) e do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes). O objetivo é construir respostas rápidas e efetivas diante das medidas internacionais.
“Atualmente, 28,5% das exportações do Espírito Santo vão para os EUA. Pedras ornamentais, por exemplo, mais de 50% vão para o país americano. O café, 16%. Além disso, temos outros produtos. O primeiro estado que mais exporta no Brasil é o Ceará, e o segundo é o Espírito Santo. Esse tarifaço é um efeito grande em alguns segmentos”, pontuou Casagrande.
Casagrande destacou ainda que “as consequências são intensas. O que vamos fazer no Estado, é para termos condições de reagir minimamente. Estamos trabalhando isso nesse comitê. Até semana que vem, esperamos que o Governo consiga fechar um entendimento. Sabemos que não é fácil”, frisou.
Para completar, o governador do Espírito Santo disse que propôs uma reunião do Fórum dos Governadores com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB). “Quem coordena o grupo de forma executiva é o Ibanes Rocha (MDB), que já fez contato e estamos aguardando a agenda da reunião, que mesmo que os estados tenham um papel pequeno nessa negociação, entendemos que podemos dar nossa contribuição”, finaliza.
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