Política Regional

Cachoeiro: frota de ônibus sucateada expõe descaso da gestão com o transporte público

A situação precária dos ônibus além de comprometer o deslocamento diário de trabalhadores, estudantes e idosos, também coloca em risco a vida dos motoristas.

Foto: Reprodução / Rede social

Atrasos, superlotação e más condições dos veículos estão entre os principais problemas do transporte coletivo da linha Gironda X Cachoeiro. Por conta dessa situação, na semana passada, um dos ônibus perdeu o freio e quase causou uma tragédia.

“O que nós estamos vivendo é uma tragédia anunciada. Dessa vez o motorista conseguiu, teve a expertise de jogar o ônibus para a calçada, mas talvez em uma próxima, com o ônibus lotado, ele não tenha a mesma sorte que ele teve dessa vez”, ressaltou a vereadora Ednalva Marim, que pautou o assunto na Câmara Municipal de Cachoeiro durante a sessão realizada na última terça-feira (28).

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A vereadora fez um apelo ao poder público e à Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cachoeiro de Itapemirim (Agersa) para que sejam adotadas medidas urgentes em relação ao sucateamento da frota de ônibus que atende Cachoeiro de Itapemirim. Segundo ela, o problema não se restringe a um bairro ou distrito específico, mas afeta toda a cidade.

“É um assunto que está ficando delicado. Eu recebi mensagem de vários moradores de diversos bairros e distritos de Cachoeiro. A linha está sucateada. Nossos ônibus estão sucateados. Então eu venho aqui, mais uma vez, pedir ao poder público, à Agersa, que olhe com carinho para essa população, que tanto necessita dos ônibus para trabalhar, para fazer os seus afazeres, porque está precário. Não é só Gironda! É Cachoeiro como um todo”, declarou Ednalva.

Conforme explica o vereador Léo Cabeça, a situação precária dos ônibus além de comprometer o deslocamento diário de trabalhadores, estudantes e idosos, também coloca em risco a vida dos motoristas.

 “Os motoristas na maioria das vezes sofrem. Os ônibus são precários, principalmente, os nossos ônibus do interior. A sensação que a gente fica é de impunidade. Infelizmente a empresa ainda tem um contrato muito longo. A Agersa em outras oportunidades até já procurou outras empresas. A Agersa poderia pelo menos aplicar algum tipo de punição”, afirma.

O que a Agersa diz

Em nota de esclarecimento, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cachoeiro de Itapemirim (Agersa) informou que a linha 120 era operada pela empresa Costa Sul e foi adquirida pela Viação Real, permanecendo com a mesma frota de veículos. Segundo o órgão, apenas os horários entre 5h e 6h da manhã registram passageiros em pé, enquanto nos demais períodos há assentos disponíveis.

A Agersa ainda ressaltou que sua atuação de fiscalização se limita ao cumprimento das obrigações contratuais, sendo a manutenção dos veículos de responsabilidade da concessionária. A agência também destacou que o 1º Termo de Apostilamento ao 3º Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado em 2023, estabelece na Cláusula 5ª a adequação da idade média da frota, autorizando a operação de ônibus com mais de 10 anos de uso, desde que não ultrapassem 15 anos de fabricação.

Graduado em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade 2 de Julho e MBA em Comunicação Corporativa pela Unifacs, já trabalhou como produtor de jornalismo all news na Band News FM Salvador. Exerceu a função de assessor de imprensa e comunicação na Prefeitura de Madre de Deus, Grupo Varjão e Câmara Municipal de Salvador.