Cidades

Santa Casa de Guaçuí: disputa inédita pela provedoria é suspensa por impasse jurídico

A disputa em torno da provedoria é considerada atípica e simbólica. Durante décadas, a Santa Casa enfrentou graves dificuldades financeiras e administrativas, cenário que tornava o cargo pouco atrativo.

Imagem ilustra a fachada da Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí
Foto: Divulgação

A eleição para a escolha do novo provedor da Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí, prevista para ocorrer nesta terça-feira (10), foi suspensa por decisão judicial. O adiamento interrompe um processo considerado histórico para a instituição, que pela primeira vez registra uma disputa eleitoral formal entre grupos interessados em assumir a direção, rompendo com uma tradição de consensos ou indicações internas.

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Em comunicado oficial, a Santa Casa informou que a decisão judicial levou a alteração do calendário eleitoral e determinou a suspensão da votação até nova deliberação.

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“Prezados irmãos da Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí, em virtude da recente decisão Judicial que afeta o processo eleitoral para a escolha da nova diretoria desta instituição, informamos que a eleição anteriormente agendada para o dia 10 de dezembro se encontra suspensa até ulterior deliberação. Dessa forma, fica dispensado o comparecimento para votação na referida data. Assim que houver nova definição, comunicaremos a todos oportunamente”, diz a nota.

Época das “vacas magras”

A disputa em torno da provedoria é considerada atípica e simbólica. Durante décadas, a Santa Casa enfrentou graves dificuldades financeiras e administrativas, cenário que tornava o cargo pouco atrativo.

Em muitos momentos, a escolha do provedor ocorria de forma consensual, diante da escassez de interessados em assumir a responsabilidade de gerir uma instituição marcada por dívidas e desafios estruturais.

Vereador e ex-provedor da Santa Casa de Guaçuí

O vereador e ex-provedor da Santa Casa, Valmir Santiago, que esteve à frente da instituição no biênio 2014–2015, relembrou o contexto crítico enfrentado à época e destacou a importância do momento atual.

“Eu fui provedor da Santa Casa em 2014–2015, num momento em que ninguém queria ser provedor, porque ela estava afundada em várias dívidas, e nós conseguimos recuperar e entregar uma Santa Casa para que ela pudesse hoje estar nessa disputa”, afirmou.

Avanço democrático

Para o ex-provedor, o processo eleitoral, mesmo com impasses, representa um avanço institucional.

“Eu acho que é válido, porque outras vezes houve consenso para eleger internamente, mas era previsível que, em algum momento, isso aconteceria. A Santa Casa tem que passar por esse procedimento, que é uma eleição, que é o correto. Acho que tem que ter mesmo. A democracia é isso”, concluiu.

Graduado em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela Faculdade 2 de Julho e MBA em Comunicação Corporativa pela Unifacs, já trabalhou como produtor de jornalismo all news na Band News FM Salvador. Exerceu a função de assessor de imprensa e comunicação na Prefeitura de Madre de Deus, Grupo Varjão e Câmara Municipal de Salvador.