Jornada de trabalho de 4 dias: especialista do ES explica os impactos
No Brasil, já existem empresas que adotam a jornada 4x3, ou seja, trabalham quatro dias com três dias de folga

A jornada de trabalho de quatro dias tem sido tema de discussão no Brasil, e empresas em todo o país, começarão a testar essa modalidade a partir de novembro. Mas o que diz a CLT? E como os departamentos de Recursos Humanos das empresas fazem o controle da produtividade? A advogada trabalhista Anabela Galvão, explica que – para calcular a carga horária nessa modalidade – serão trabalhadas 32 horas semanais, podendo ser oito horas diárias durante quatro dias ou, no máximo, quatro dias de trabalho com 10 horas cada.
Receba as principais notícias no seu WhatsApp! clique aquiAnabela conta que a mudança é requer disciplina e é benéfica resultando em níveis menores de estresse e aumento da produtividade do empregado. “Essa redução para quatro dias resulta em níveis menores de estresse e aumento da produtividade. Essa jornada de trabalho já foi implementada em diversos países, como Reino Unido, Estados Unidos, Espanha e Austrália, visando impulsionar a produtividade das empresas. No entanto, a jornada de quatro dias ainda divide opiniões e não se sabe se será apenas uma tendência passageira ou se terá permanência no cenário trabalhista brasileiro”, explica.
No Brasil, já existem empresas que adotam a jornada 4×3, ou seja, trabalham quatro dias com três dias de folga. Em relação aos direitos dos trabalhadores, Anabela Galvão destaca que na jornada 4×3 deve ser respeitado o intervalo de 11 horas entre uma jornada e outra, mantendo o respeito à intrajornada, que é o descanso do trabalhador. “As folgas serão consecutivas, totalizando três dias. O direito de receber em dobro pelo feriado trabalhado também é mantido nessa modalidade”, conta.
Quanto à remuneração, a advogada esclarece que a implementação da jornada de quatro dias não altera nenhum direito dos trabalhadores, incluindo o salário contratado para a jornada de 44 horas semanais. “A jornada de trabalho de 4 dias por semana não altera nenhum direito dos trabalhadores. O salário permanece o mesmo”, reforça.
Para estabelecer essas novas regras, a legislação brasileira prevê uma jornada de até 44 horas semanais. A especialista lembra que empresas e trabalhadores podem contar com o apoio dos sindicatos para construir um sistema de trabalho de quatro dias por semana, alinhando os termos para a elaboração de um novo contrato, com a redução da carga horária e a manutenção de todos os direitos trabalhistas. “Cabe às empresas e aos trabalhadores encontrarem o equilíbrio e garantirem que essa nova forma de organização do trabalho seja benéfica para ambas as partes, respeitando sempre as legislações vigentes”, conta.