Hospital prepara ampla estrutura para nascimento de sêxtuplos no ES
Hospital se organiza para montar uma segunda Utin, reservada apenas para o nascimento das crianças. Reforço no corpo médico também já está estruturado
A estrutura para o nascimento dos sêxtuplos capixabas já começou a ser organizada no São Bernardo Apart Hospital, em Colatina. Quezia Romualdo, de 29 anos, está na 17ª semana de gestação e os bebês devem nascer de forma prematura entre o final de agosto e o mês de setembro. Até lá, tudo está sendo preparado para que Théo, Matteo, Lucca, Henry, Maytê e Eloá sejam recebidos com toda a segurança e suporte médico necessários.
A diretora técnica do São Bernardo Apart Hospital, Júlia Mattedi, explica que além da parte humana, os equipamentos médicos necessários também estão sendo providenciados. “A estatística diz que 50% das gestações gemelares nascem prematuros, imagina seis. A gente vai precisar de todo o suporte que a medicina oferece. É tudo multiplicado por seis. No dia serão seis pediatras, por exemplo, um para cada criança. Também já estamos comprando ventiladores mecânicos e incubadoras com umidificador. É como se a gente fosse montar uma segunda Utin dentro do hospital. O mais importante é a gente dar todo o suporte para essas crianças”, afirma.
De acordo com o médico Thiago Martinelli, obstetra de Quezia, a gravidez tem seguido de forma saudável. A mãe é avaliada semanalmente, com o monitoramento dos bebês por ultrassom. A partir da 20ª semana de gestação, se houver necessidade, Quezia será internada para garantir repouso e um acompanhamento médico diário.
“No caso dela, os bebês estão separados em seis placentas diferentes. Em alguns casos, parte desses bebês podem vir a ser idênticos, não todos. Mas a possibilidade da gente ter gêmeos idênticos é menor. O planejamento é que mais para frente, após a 20ª semana de gestação, dependendo da situação, vamos acompanhar mais de perto. Deixar ela internada, para gente acompanhar diariamente. Não tem uma data correta para o parto, mas a ideia é tentar segurar ao máximo”, avalia o obstetra.
Estrutura
O hospital conta com uma Unidade de terapia intensiva neonatal (Utin) com oito leitos. As crianças devem nascer em um período onde, tradicionalmente, a demanda por esse espaço é menor. Ainda assim, se houver necessidade, o hospital dispõe de um espaço reservado onde é possível montar uma segunda UTI neonatal. A ideia é que, ao nascer, as crianças permaneçam juntas.
“As crianças devem nascer em uma época em que a Utin não costuma ficar lotada. Já vai ter passado a época de bronquiolite, que é quando dá muita criança grave, e já estará passando a época do inverno, das infecções respiratórias. Mas temos o espaço físico onde era a antiga Utin, então de fato, se a gente precisar, temos condições de montar uma segunda Utin. Como são todos filhos da mesma mãe, a gente pode colocar essas crianças no mesmo ambiente. A ideia é que elas fiquem juntas, cada uma na sua incubadora, mas todas no mesmo setor”, esclarece Júlia.
Equipe médica
O São Bernardo Apart Hospital conta rotineiramente com quatro pediatras. Com o nascimento dos sêxtuplos será necessário um número maior de profissionais disponíveis, por isso uma lista com médicos já foi criada: eles ficarão de sobreaviso e serão acionados assim que iniciar o parto.
“A gente tem uma equipe bem grande de pediatras, que inclui também alguns professores do hospital escola da faculdade aqui de Colatina. Já existe até uma disputa para colocar o nome na lista de sobreaviso. Todo mundo quer participar desse momento. Tem até gente de fora pedindo para vir assistir o parto”, conta a diretora técnica do hospital.
Além dos seis pediatras, também pode ser necessário contar com o apoio de médicos de outras especialidades. Por isso, a lista de profissionais de sobreaviso também inclui oftalmologista, cardiologista pediátrico, neuropediatra e até cirurgião pediátrico.
Tempo na Utin
Após o nascimento, os seis bebês devem permanecer na Utin por alguns meses, até ganharem peso suficiente para ir para casa. “Vamos imaginar que eles nasçam com 1kg cada um, é esperado que eles fiquem de dois a três meses só para ganhar peso. A média de ganho de peso é de 15 gramas ao dia, é bem devagarinho. Nesse período, a mãe poderá retirar o leite com a bombinha para as crianças serem amamentadas, ou contar com uma dieta própria para os prematuros caso ela tenha dificuldade nesse processo”, projeta Júlia.
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