ES projeta se tornar referência nacional em inovação até 2030
No Dia Nacional da Inovação, conheça iniciativas que estão sendo colocadas em prática para tornar o Estado referência em inovação no país
O Espírito Santo vem, ao longo dos últimos anos, consolidando diversas iniciativas significativas para impulsionar seu ecossistema de inovação e empreendedorismo, buscando tornar-se uma referência no país. Neste 19 de outubro, o Dia Nacional da Inovação, o estado comemora a evolução de seu posicionamento em recentes pesquisas nacionais do segmento, e se prepara para continuar avançando.
Segundo o último Ranking de Competitividade por Estados, divulgado em agosto, o Espírito Santo está na 14ª posição no pilar de inovação. Já na mais recente edição do Índice FIEC, publicado pelo Observatório da Indústria em 2022, o estado aparece em 9° lugar.
De acordo com a Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI) – movimento que reúne mais de 20 entidades do setor produtivo, universidades, empresas privadas, instituições e governo – o Espírito Santo tem três grandes metas até 2030: ficar entre os cinco estados mais inovadores do Brasil, alcançar o número de mil startups em atividade e ter 20% de empresas baseadas em tecnologia e inovação entre as 200 maiores do Estado.
“Em 2019, o Espírito Santo estava em 24° lugar no Ranking de Competividade por Estados no pilar de inovação. Acreditamos que a inovação e o desenvolvimento tecnológico podem ser responsáveis por um novo ciclo de desenvolvimento econômico no Estado, mas temos alguns desafios para continuarmos avançando”, avalia Luiz Toniato, diretor-técnico do Sebrae/ES, entidade que integra a MCI.
Formação de novos talentos
Um dos principais desafios, aponta Toniato, é a formação e retenção de talentos com potencial para criar soluções, dentro das áreas de expansão do mercado capixaba, e que também estejam mais inseridos na cultura empreendedora.
“Para produzir inovação, é preciso ter mais pessoas com competências para lidar com os desafios atuais, em áreas mais complexas e desafiadoras, como a biotecnologia, a inteligência artificial, a programação avançada, nanotecnologia, entre outros”, enumera.
Nesse cenário, a MCI tem mobilizado e estimulado parcerias com as universidades e os institutos tecnológicos. Por meio de incentivos em pesquisas, cursos e desafios universitários de inovação, mais estudantes são estimulados a pensar e criar projetos de impacto social e econômico.
Em agosto deste ano, três estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) venceram o Desafio Universitário Empreendedor Sebrae após apresentarem um projeto que transforma nanocelulose em produtos que facilitam a vida de quem tem alguma deficiência ou mobilidade reduzida.
Quanto mais startups, melhor
Outra meta ambiciosa para o ecossistema capixaba de inovação é a criação de mais empresas inovadoras nascentes no Estado. De acordo com o mapeamento da Startup Scanner, o Espírito Santo tem hoje 148 startups em atividade. Elas estão distribuídas em 14 municípios e separadas por 26 segmentos, com destaque para as EdTechs, Fintechs, RHTechs e HealthTechs.
“As startups nascem fácil, mas morrem fácil também. O nosso desafio é assegurar a criação de mais empresas inovadoras com modelos de negócio melhores estruturados, e com protótipos bem elaborados. Precisamos de boas startups que realmente solucionem problemas do mercado”, afirma Toniato.
Para o Espírito Santo se tornar um grande berçário de startups de sucesso, o Sebrae/ES colocou em ação, nos últimos anos, várias iniciativas focadas nesse setor: cursos, meet up de inovação, consultorias para elaboração de projetos e mentorias personalizadas já fazem parte dos serviços oferecidos no Sebraelab, ambiente especialmente criado para gerar novas soluções e modelos de negócio por meio de conexões e trocas de experiências.
Além disso, grandes eventos realizados pelo Sebrae/ES ajudam as startups capixabas a criar conexões no mercado, atrair investimentos e internacionalizar seus negócios, entre eles o Desafio Sebrae Like a Boss, o Decolagem powered by InovAtiva e o ESX – Espírito Santo Innovation Experience.
Em 2023, o Espírito Santo dominou o pódio do Desafio Sebrae Like a Boss, uma das competições de empreendedorismo mais importantes do país, realizado durante o Startup Summit. Dentre as seis primeiras colocadas das categorias mercado nacional e mercado internacional, quatro foram capixabas.
Mais investimentos à vista
Apesar dos desafios para atingir as metas estabelecidas pela MCI, o Espírito Santo vive um período de otimismo e mais investimentos em inovação. No último dia 11, foi inaugurado o primeiro hub público de economia criativa e inovação do Estado, o Hub ES+.
Em parceria com a Secult, o Sebrae/ES e a Findes, também foi lançada, na última semana, a Rota Estratégica da Economia Criativa, que integra o programa ES+Criativo do Governo do Estado.
“A Rota Estratégica é fundamental para mapear o setor, levantar dados, identificar tendências e fomentar novas oportunidades e profissionalização. Diversos pequenos negócios serão beneficiados com os projetos que compõe a rota, entre eles o audiovisual, artes, música, artesanato, moda, design, turismo, gastronomia, startups, games e outros”, conta Toniato.
Ainda de acordo com o diretor-técnico do Sebrae/ES, mais investimentos em setores que o estado tem vocação para se destacar no mercado – tecnologia da informação, comércio exterior, agricultura, químico, logística e economia criativa – devem projetar o Espírito Santo ainda mais para o resto do país e também para o mundo.
“Precisamos vender cada vez mais e melhor o Espírito Santo para que as pessoas tragam os seus investimentos para o estado e apoiem as iniciativas de inovação que já existem aqui. Temos muitas ações sendo tocadas por incubadoras, aceleradoras e hubs, em diversos municípios, mas algumas delas ainda são pontuais. É necessária uma convergência de ideias e estratégias para atingirmos a excelência e nos tornarmos referência nacional”.
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