A Festa das Canoas, tradicional em Marataízes, completou 114 anos no último domingo (10). Desde quinta-feira (7), houve uma vasta programação festiva em homenagem a Nossa Senhora da Penha e ao Divino Espírito Santo, mas o ponto alto foi a missa seguida da Procissão Marítima na Praia Central, que reuniu centenas de fiéis.
No entanto, a celebração sempre acontece no segundo domingo do mês de março. Aliás, a aposentada Maria de Loudes Temporim era uma das fiéis presentes e demonstrava sua comoção com o momento de fé. “É um momento indescritível. É emocionante e maravilhoso. A fé de cada um que participa da festa comove as pessoas. É muito comovente”, disse.
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Contudo, o aposentado Ademir Giro, precisou assistir à missa do lado de fora da igreja lotada. “Eu fiz uma promessa e com a graça de Deus estou alcançando. Nossa Senhora da Penha está me abençoando. Só tenho motivos para agradecer”, disse.
E não foi só ele que precisou assistir à missa do lado de fora, muitos levaram cadeiras extras para ouvir as palavras do padre Marcos Antonio Moura que, recentemente tomou posse como pároco da Paróquia Nossa Senhora da Penha.
“Nessa festa acontecem momentos muito fortes: a devoção, a certeza de que o Espírito Santo nos guia e a igreja, e ao mesmo tempo a presença de Nossa Senhora. Por isso a presença das fitas na bandeira do Divino e esse carinho com a Virgem Maria querem reforçar exatamente isso, que com Deus e mesmo em meio a tantos desafios, nós podemos perseverar em nossa caminhada”, falou.
Festa das Canoas
Outro momento emocionante, foi a homenagem ao pescador Sérgio Souza Moreira, 73 anos, um dos grandes motivadores da Festa das Canoas, que faleceu justamente no período dos festejos, no ano em que a festa completa 113 anos (2023).
“Foi o filho dele que entrou com tocando o tambor, fez isso para representar é homenagear o pai que sempre o tocava”.
Depois da missa, os fiéis seguiram para a Praia Central, para a Procissão Marítima com a imagem de Nossa Senhora da Penha. Os barcos saíram do local, seguiram até a lagoa funda, retornaram e foram até a Praia da Colônia.
Nem o tempo fechado atrapalhou o momento. “Eu fiquei feliz pelos barcos terem saído mesmo sem sol e chuviscando. Foi muito bonito, muitos barcos”, disse o pescador Fabiano Marvila.
A tradição começou há 114 anos, quando em 1910 um grupo de pescadores de Marataízes que passava por um momento difícil, uma época de fracasso nas pescas. Foi então que eles fizeram uma promessa para o Divino Espírito Santo, de que se a pesca voltasse a ser farta, fariam uma festa em sua homenagem todo segundo domingo de março. A prece foi atendida e a festa já existe há mais de 100 anos, reunindo cada vez mais fiéis.
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