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Cidades

Professor de Marataízes incentiva e mobiliza alunos a doarem sangue

Jovens a partir de 16 anos já podem estar doando sangue, com a autorização dos responsáveis

Por Jonathan Gonçalves

5 mins de leitura

em 04 de abr de 2024, às 17h52

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Madsson Marçal Miguel, de 33 anos, é professor e doador de sangue, a mais de 10 anos. Sua inspiração para começar a doar sangue, veio de Danieli Moreira, uma amiga de Madsson, que faleceu por conta da leucemia. Antes do ocorrido, o doador teve uma conversa bem próxima com Danieli. Naquele momento, Madsson viu a necessidade dela, em receber sangue.

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Madsson destacou a vontade que a jovem tinha de viver “Todos os dias, ela estava com um rosto alegre, mesmo sabendo da doença, mesmo sabendo que o processo seria difícil. Ela tinha vontade de viver, queria cada dia, mais e mais, estar ali, vivenciando aqueles momentos”. Após a morte de Danieli, Madsson continuou como doador, e ressaltou que a vontade é de “doar pelo resto da vida”.

Campanha

A campanha que Madsson criou com os alunos, veio de um pensamento sobre a quantidade de pessoas de Cachoeiro de Itapemirim e todas as cidades vizinhas, que segundo o professor, daria mais de 500 mil habitantes. Mesmo com tantas pessoas, o polo de doação de sangue não se consegue arrecadar 1000 bolsas de sangue, ainda segundo Madsson. “É uma defasassem muito grande, e o a bolsa de sangue tem um processo de vencimento muito rápido, das plaquetas. Ou seja, sempre está precisando”, finalizou o professor.

Jovens a partir de 16 anos já podem estar doando, com a autorização dos responsáveis. Porém, poucas pessoas tem acesso a essa informação. “Muitas informações desencontradas, muito ‘achismo’, sem a informação correta, as pessoas acabam disseminando isso de forma contraria, e atrapalhando a ação”, frisou Madsson.

“Eu tive muita rejeição, de profissionais da educação, o sistema também é muito burocrático. Mas, graças a Deus, no ano passado consegui começar, levando 80 alunos de um escola estadual, a doar sangue”, ressaltou o doador.

Nova escola

Agora, trabalhando em uma escola de Marataízes, Madsson está novamente realizando a campanha. O professor ainda frisou que: “Os alunos que levei no ano passado, foi batendo um pouco de frente com o sistema. Uma das maiores dificuldades é sempre a locomoção. Levar os alunos, alimentar eles, eles não podem ir em jejum. Aliás, isso é outro mito, que as pessoas contam”.

Segundo o doador, os alunos devem ser alimentados de manhã, ir e volta em segurança, fora a parte da documentação. Ou seja, tem um certo processo, para que os alunos possam doar sangue. O professor ainda frisou que a locomoção é um de seus piores problemas, por conta da prefeitura nem sempre disponibilizar ônibus para os doadores.

“A gente tem que praticamente implorar por uma locomoção, para fazer algo social, que vai ajudar outras vidas, e todas as vezes agarra”, frisou Madsson.

Alunos

Segundo o líder da campanha, os alunos incentivam um ao outro. “Um doa, o outro já quer ir na outra semana. Já tem alguns na lista de espera, fora os do ano passado, que querem ir novamente”.

Segundo Madsson, os alunos ficaram apaixonados pela doação de sangue, uma vez que não conheciam como funcionava o sistema de doação. Tanto no ano passado, como neste ano, Madsson fez uma palestra, explicando aos alunos, como funciona a doação, e o que é preciso para doar. Informações sobre idade, peso, piercing e tatuagens. Que aliás, é outro “mito” sobre a doação de sangue. O doador com piercing ou tatuagens precisa esperar apenas seis meses para doar novamente, e não a vida toda.

“Hoje, estou em outra escola. Porém, os aluno da escola passada ainda me ligam dizendo para ir fazer campanha novamente na escola, ‘a gente quer ir doar de novo’ eles me dizem. Expliquei para eles que não poderia estar indo em outra escola fazer a campanha, só poderia fazer na escola atual. Muita gente acha que é um processo doloroso. Mas, é algo tranquilo e rápido. Você fica apenas de três a cinco minutos na mesa”, disse Madsson.

Falta de profissionais

Madsson lamenta a falta de profissionais que aderem a campanha, que segundo ele, requer muita responsabilidade, uma vez que precisa de agendamento, cuidados e muitas outras coisas.

“Me coloco a disposição para estar explicando sobre, queria convidar a todas as outras escolas estaduais, com alunos com mais de 16 anos, para fazer a campanha. Eu forneço meu e-mail, forneço meu telefone, para estar dando dicas, fornecendo informações, e o que for preciso. Se algum profissional da escola conseguir, ele pode estar levando os alunos, agendando no banco de sengue. O banco de sangue do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim, tem uma equipe especializada, maravilhosa. Todas as vezes que nós falamos que estamos indo, eles nos esperam com um atendimento diferenciado”, finalizou Madsson.

Nesta quinta-feira (4), o professor levou mais uma remessa de alunos, para doar sangue no Hospital Evangélico de Cachoeiro.

Medula óssea

Madsson, que também é doador de medula óssea, falou um pouco sobre: “Na sexta-feira (29) fui ao banco de medula óssea, conversar com eles, para trazer o ônibus do banco de medula óssea aqui para região. Está tendo um andamento positivo, só estou aguardando o agendamento deles, e quando vão vir. Em Cachoeiro não tem esse cadastro, apenas em Vitória”.

“Espero que isso levante profissionais de outras escolas, de outras redes, e até pessoas que trabalham em grandes empresas. Para que a gente tenha um número significativo todo mês. Se todo mundo se dispor a doar sangue, sem esperar algum familiar precisar, seria muito mais fácil”, finalizou Madsson Marçal, doador de sangue a mais de 10 anos.

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