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Economia

Em 12 meses, produção industrial do Espírito Santo cresce 6,1%

Saiba como as indústrias extrativa e de transformação contribuíram com o crescimento de 6,1%

Por Redação

4 mins de leitura

em 09 de out de 2024, às 13h21

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

A produção industrial do Espírito Santo apresentou crescimento de 6,1% no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em agosto.

De acordo com a pesquisa de Produção Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE, divulgada nesta terça-feira (8) e compilada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), as indústrias extrativa e de transformação se destacaram neste período, com alta de 7,9% e 2,8%, respectivamente. 

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Ao longo de 2024, o desempenho da indústria extrativa vem sendo puxado positivamente pela produção de minérios de ferro. Já o avanço da indústria de transformação foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de metalurgia e fabricação de produtos alimentícios.  

Ainda na base de comparação dos últimos 12 meses, a produção industrial capixaba foi superior ao crescimento do Brasil, que registrou 2,4%. O presidente da Findes, Paulo Baraona, ressalta que os resultados positivos refletem o esforço contínuo do segmento em gerar mais oportunidades e atender às demandas do mercado. 

“Recebemos com entusiasmo a reativação antecipada da Usina 3 da Samarco, em agosto, que estava parada desde 2015. Esta unidade voltou a operar com 50% da capacidade e, até o final de 2025, deverá atingir 100%. Esse avanço é fundamental para o fortalecimento do nosso setor e para o crescimento da economia capixaba”, afirma. Com a retomada geral da unidade, esperam-se 7,8 milhões de toneladas de pelotas por ano.  

Agosto marca alta na metalurgia 

O setor de metalurgia destacou-se em agosto, registrando um crescimento de 10,1% em relação ao mesmo mês de 2023. Isso se deve ao fato de que o Espírito Santo produziu 667 mil toneladas de aço no mês, representando 22,5% de toda a produção brasileira, de acordo com o Instituto Aço Brasil. 

“Houve aumento da produção de aço pela ArcelorMittal. A empresa espera uma melhora de demanda externa para o segundo semestre do ano, com a expectativa de recuperação da atividade de reposição de estoque, em especial na Europa”, afirma a gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes.  

Por outro lado, ainda na análise de agosto de 2024 contra agosto de 2023, a produção industrial capixaba registrou queda de 6,0%. Ela foi puxada pelo recuo de 9,0% da indústria extrativa, que justifica-se pela diminuição da produção de extração de petróleo e gás natural.

“No acumulado de janeiro a agosto de 2024, a produção de petróleo recuou 3,3% e a produção de gás natural registrou queda de 2,1%. Contudo, vale destacar que na passagem de julho para a agosto, as produções médias por dia de petróleo e gás natural cresceram, respectivamente, 0,4% e 0,8%.”

Gerente executiva do Observatório da Indústria e economista-chefe da Findes

A antecipação do cronograma das operações da FPSO Maria Quitéria, ainda em 2024, marca um ponto de reversão deste cenário.

A unidade está prevista para ser implantada no último trimestre deste ano no campo de Jubarte. O campo fica no pré-sal da Bacia de Campos, litoral Sul do Espírito Santo. A plataforma possui a capacidade de produzir 100 mil barris de óleo e processar 5 milhões de metros cúbicos de gás.  

Desafios da política monetária e da inflação na indústria

De acordo com a economista-chefe da Findes, há alguns desafios que a indústria terá de enfrentar, como em relação ao setor de papel e celulose em razão do cenário econômico desfavorável e incertezas relacionadas ao mercado chinês.  

“O cenário prospectivo ainda é desafiador, devido a um movimento estrutural na economia chinesa, transitando para uma economia baseada no consumo, onde espera-se que o país passe a registrar taxas de crescimento cada vez menores nos próximos anos. Como a China é destino de quase 50% das exportações brasileiras de celulose, esse movimento contribui para um maior risco externo e desaceleração da produção no longo prazo”, afirma Marília.  

Outro ponto de atenção para a economia nos próximos meses é o retorno da elevação da taxa Selic pelo Banco Central.

De acordo com ela, isso “intensifica o caráter contracionista da política monetária no Brasil, além do aumento da projeção para a inflação no final do ano e a desvalorização da taxa de câmbio.”

Marília lembra que, de acordo com o Relatório Focus, a projeção de mercado para a inflação do país chegou a 4,38%. Há perspectivas de estourar a meta de inflação devido ao encarecimento da energia elétrica e a expectativa de elevação dos preços dos alimentos até o final do ano.  

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