Governador destaca investimento no ES em fórum internacional
Márcio França e Renato Casagrande acompanharam debates do Horasis Global Meeting, realizado em Vitória (ES), com a presença de mais de 800 participantes, sendo mais de 400 líderes globais
O plano de prevenção a desastres climáticos, o programa Reflorestar, a política de geração de energias renováveis e a universalização do saneamento básico da Região Metropolitana de Vitória (ES) foram alguns dos investimentos na área ambiental citados pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, durante participação no Horasis Global Meeting, nesta sexta-feira (25).
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Com o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, ele integrou plenária sobre o “Plano ES 500 anos: transformando o Espírito Santo em um estado liderado por ESG”, que foi conduzida por Paul Clements Hunt, conhecido por ter coordenado a equipe da Organização das Nações Unidas (ONU) que criou o conceito ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).
“Procuramos ser um Estado que ofereça qualidade de vida a quem mora e a quem visita. Temos várias iniciativas que posso citar relacionadas à pauta da sustentabilidade, entre elas o Plano de Descarbonização e o Fundo Climático, com previsão de investimentos na casa de R$ 1 bilhão”.
O ministro Márcio França destacou que o Espírito Santo é um estado equilibrado e em franco desenvolvimento e, por isso, tornou-se referência no país. Em sua fala, durante o painel, ele abordou sobre os desafios na área de ESG, principalmente no foco ambiental, visto que o Brasil hoje possui uma fiscalização forte, e que o desafio das empresas e dos estados será de gerar renda e emprego sem infringir as leis.
“Esse equilíbrio só é alcançado quando o governo enxerga a importância de ações ESG”, declarou, ao lembrar que já existem estados brasileiros que são autossuficientes na geração de energia limpa.
O presidente do ES em Ação, Nailson Dalla Bernadina, comentou que o patamar alcançado hoje pelo Espírito Santo, tanto em governança como em desenvolvimento, foi uma construção coletiva, envolvendo o setor público e privado. “A mobilização da classe empresarial é um dos pilares para fortalecer o ambiente de negócios e impulsionar o desenvolvimento sustentável”.
Já Pedro Ferraço, sócio da Apex, reforçou que o Espírito Santo já trabalhava ações ESG antes mesmo de a sigla existir, e que há um diálogo respeitoso entre a iniciativa pública e privada. “Os investidores confiam no Estado e por isso investem cada vez mais”.
Horasis em Vitória
Líderes de 37 países estão participando do Horasis Global Meeting, um dos principais fóruns globais de inovação, sustentabilidade e governança que está sendo realizado pela primeira vez na América Latina. O evento começou nesta sexta-feira (25) e segue até domingo (27).
A Cidade da Inovação – Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo), em Vitória, foi o local escolhido para o encontro que tem, ao todo, mais de 60 sessões e 11 plenárias com discussões em torno do tema “Construindo Pontes para o Futuro”, com foco em soluções inovadoras para os desafios contemporâneos como a agenda ESG, mudanças climáticas, macroeconomia, tecnologia e geopolítica.
Com edições anteriores realizadas em Portugal, Inglaterra e Turquia, reunindo representantes de 70 países, os encontros se tornaram uns dos mais influentes do mundo, reunindo governos, organizações internacionais e a comunidade empresarial.
Descarbonização e educação climática
No Brasil, a redução de emissões de carbono está no centro das discussões sobre alterações climáticas e o tema também esteve em debate no evento. No painel “O Brasil no combate às mudanças climáticas”, a necessidade de políticas nacionais mais eficientes, o incentivo à educação ambiental e o reflorestamento foram comentados por executivos de setores como mineração e aviação. Entre as iniciativas destacadas, uma usina de briquete foi implementada pela Vale para reduzir a emissão de poluentes, e uma parceria com a Cesan permitiu o reúso de água industrial.
Líderes como Paul Malicki, CEO da Flapper, reforçaram o potencial do agronegócio brasileiro e a importância de uma fiscalização mais eficaz na política de créditos de carbono. Para ele, não basta comprar créditos, é essencial estabelecer um plano claro de ESG.
A sessão, que contou também com Demetrius Guiot, sócio-administrador da AgrocarbonBR, e Marcelo de Andrade, presidente e fundador da Fundação Pro Natura Internacional, concluiu que o Brasil pode liderar práticas sustentáveis se investir em educação climática e na execução prática de suas metas ambientais.
Diálogo para a paz global
A plenária “Estabelecendo pontes para a paz global” reforçou que a harmonia mundial depende de esforços conjuntos entre governos e organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), que devem atuar de maneira mais eficiente para garantir segurança e impedir a impunidade em conflitos. Jørn Berge, do Conselho da Europa, destacou a necessidade de revisar o papel das Nações Unidas para fortalecer a paz global, propondo que compromissos internacionais sejam renovados com base em normas de segurança e justiça.
Hichem Mechichi, ex-primeiro-ministro da Tunísia, compartilhou uma visão de esperança ao enfatizar que, mesmo em tempos de crise, líderes corajosos podem promover a harmonia ao superarem divisões e ódio.
Rosalía Arteaga, ex-presidente do Equador, apontou a relevância de enfrentar ameaças regionais como o narcotráfico com a cooperação intercontinental e sugeriu que a inclusão de mais mulheres em posições de liderança poderia contribuir para a estabilidade global, como evidenciado pela atuação de países liderados por mulheres durante a pandemia. Arteaga também defendeu que os valores éticos e democráticos devem ser promovidos desde a educação básica para sustentar a paz a longo prazo.
Em uma visão para o futuro, a sessão sobre o mundo em 2070 explorou a evolução social e tecnológica. Futuristas como Jéssica Leite dos Santos e Benjamin J. Butler discutiram o papel da Inteligência Artificial (IA), apontando para a necessidade de descentralização da tecnologia para um progresso justo. Apesar dos desafios, as lideranças acreditam que a cooperação global, associada ao avanço tecnológico, pode orientar a humanidade para um período de paz e desenvolvimento sustentável, refletindo a importância do diálogo e da colaboração no enfrentamento de crises globais.
Foco no coletivo para uma gestão sustentável
No painel “Promovendo Liderança”, especialistas discutiram a importância de uma gestão que priorize o bem-estar coletivo e os objetivos globais de uma organização. Heloísa Glad, da Board Member & Mentor, ao lado de líderes como Aysha Abba e Luiz Giacomelli, destacou que um líder eficaz é aquele que adota uma visão estratégica ampla, considerando o impacto de suas decisões em todas as áreas e pessoas. Esse perfil de liderança promove uma cultura organizacional inclusiva e inovadora, ao valorizar o trabalho colaborativo e o crescimento sustentável.
Heloísa enfatizou a importância de empatia e inteligência emocional ao liderar, sublinhando que escutar as necessidades da equipe cria um ambiente de confiança e engajamento. Quando colaboradores sentem que suas vozes são ouvidas, a motivação e a produtividade aumentam, e a inovação se torna mais espontânea, segundo ela. Essa abordagem reforça que líderes conectados e conscientes das demandas do todo são fundamentais para o sucesso a longo prazo.
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