Vitória oficializa o Dia do Meliponicultor Capixaba
A capital agora celebra oficialmente, no dia 8 de setembro, o Dia do Meliponicultor Capixaba, instituído por meio da Lei nº 9.278/2018

Um passo decisivo para o fortalecimento da sustentabilidade e valorização da biodiversidade em Vitória. A capital agora celebra oficialmente, no dia 8 de setembro, o Dia do Meliponicultor Capixaba, instituído por meio da Lei nº 9.278/2018, sancionada nesta quarta-feira (2). A data homenageia os criadores de abelhas sem ferrão e reconhece a importância da meliponicultura — prática essencial para a polinização, a conservação dos ecossistemas e a segurança alimentar.
De autoria do vereador Leonardo Monjardim, a lei visa ampliar a visibilidade da atividade, fomentar políticas públicas de preservação e incentivar o uso sustentável dos recursos naturais. A escolha da data também resgata a memória histórica de Vitória, que foi batizada de Ilha do Mel pelos colonizadores portugueses em razão da presença marcante de abelhas nativas na região.
“A sanção dessa lei é um passo importante no reconhecimento dos meliponicultores e da atividade da meliponicultura, que já vem sendo desenvolvida aqui em Vitória. Temos espécies de abelhas que são exclusivas do Espírito Santo — o que atrai cientistas e pesquisadores do mundo inteiro. Além disso, a prática tem grande impacto social, com ações educativas inclusive voltadas para crianças neurotípicas e autistas. Esse reconhecimento nos permite expandir essa atividade para outros parques e áreas da cidade”, destacou o prefeito Lorenzo Pazolini.
Além da função ecológica, o mel das abelhas sem ferrão também é valorizado por suas propriedades medicinais, sendo utilizado no tratamento de gripes, infecções e até doenças oculares. Preservar essas espécies é investir em saúde, equilíbrio ambiental e conhecimento tradicional.
Referência
O vereador Leonardo Monjardim, autor da proposta, destacou que Vitória tem avançado de forma pioneira na meliponicultura urbana:”Desde que assumimos o mandato, criamos o primeiro Centro Municipal de Meliponicultura, que já está formando sua terceira turma — com participantes de todo o estado. Paralelamente, implantamos políticas de incentivo à arborização com espécies nativas que favorecem as abelhas e combatemos a presença de árvores tóxicas que matam os polinizadores. A lei que proíbe o plantio e exige a remoção dessas espécies já está em vigor e vem sendo aplicada com apoio da Secretaria de Meio Ambiente”, explicou.
O parlamentar também destacou o projeto Ilha do Mel, voltado à criação de corredores ecológicos para abelhas, e o avanço na regulamentação do uso de produtos químicos agrícolas em áreas urbanas, com medidas que buscam reduzir a mortalidade dos enxames por intoxicação.
Proteção
Presente na cerimônia de sanção da lei, o meliponicultor Dornélio Mori reforçou a urgência da proteção às espécies endêmicas do Espírito Santo: “Represento uma associação que atua na preservação das abelhas, especialmente no sul capixaba, onde vive uma espécie ameaçada de extinção, exclusiva dessa região. A sanção dessa lei é um marco. Ela não só cria proteção legal, como fortalece a conscientização sobre a importância das abelhas na produção de alimentos. Sem polinização, não há frutas, não há biodiversidade. Estima-se que 80% dos alimentos que consumimos dependem do trabalho incansável desses pequenos seres”, afirmou.
Com a nova data comemorativa, Vitória reafirma seu papel de vanguarda na defesa do meio ambiente. O Dia do Meliponicultor Capixaba será, a cada ano, um convite à reflexão sobre o futuro da vida no planeta — e o papel vital que as abelhas exercem nesse equilíbrio.
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