
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) manifesta forte preocupação com o anúncio feito nesta quarta-feira (9) pelo Governo dos Estados Unidos (EUA), que decidiu elevar em 50% a tarifa sobre todos os produtos importados do Brasil.
De acordo com a instituição, trata-se de uma medida extremamente severa, tomada com base em interesses político-partidários internos e que rompe com os princípios fundamentais que regem o comércio internacional.
“O Espírito Santo possui uma das economias mais abertas do Brasil, altamente integrada ao mercado externo. Essa abertura, que é uma das forças do desenvolvimento socioeconômico capixaba, nos torna também mais vulneráveis a decisões unilaterais e protecionistas como esta. Medidas desse tipo comprometem a previsibilidade das relações comerciais, criam instabilidade nos mercados e colocam em risco cadeias produtivas inteiras, com reflexos diretos no emprego, na arrecadação e no crescimento econômico regional”, explica a Findes por meio de nota.
A relação comercial entre ES e EUA é historicamente sólida e relevante. Dados do Observatório Findes, centro de inteligência da Federação, mostram que em 2024 os Estados Unidos representaram 28,6% de todas as exportações capixabas, consolidando-se como o principal parceiro comercial do Estado. Somente no ano passado, exportamos US$ 3,06 bilhões e importamos US$ 2,05 bilhões – saldo positivo para o Espírito Santo que passa a ser ameaçado por uma política comercial arbitrária.
Os setores mais expostos à nova taxação incluem aço, rochas ornamentais, papel e celulose, minério e café – todos com forte peso na estrutura econômica capixaba. Ao encarecer artificialmente os produtos brasileiros no mercado norte-americano, essa medida reduz nossa competitividade e pode resultar em queda nas vendas, prejuízo às empresas e perda de postos de trabalho.
A Findes também destaca que considera inaceitável que decisões comerciais sejam tomadas com base em disputas políticas internas, desconsiderando os impactos concretos sobre economias inteiras. Reafirmamos a importância do diálogo diplomático e da construção de soluções que respeitem as regras do comércio global. É papel do governo brasileiro atuar de forma firme na defesa dos interesses nacionais, buscando reverter essa medida e preservar o ambiente de negócios internacional.
“Seguiremos acompanhando os desdobramentos desse caso com atenção, atuando em conjunto com o setor produtivo e colocando nossa estrutura técnica à disposição para analisar impactos e propor alternativas que mitiguem os prejuízos à indústria do ES”, afirma a Federação.
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