Ferraço alerta para “golpe duríssimo” na economia de Cachoeiro
A notícia de que os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros acendeu o alerta máximo na capital do mármore e do granito, ameaçando o pilar econômico da cidade e o sustento de milhares de famílias.

Uma onda de incerteza e grande apreensão paira sobre Cachoeiro de Itapemirim, o maior polo de beneficiamento de rochas ornamentais do Brasil. A notícia de que os Estados Unidos vão impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros acendeu o alerta máximo na capital do mármore e do granito, ameaçando o pilar econômico da cidade e o sustento de milhares de famílias.
Com quase 600 empresas, o setor de rochas ornamentais é a principal força motriz de Cachoeiro, sendo responsável pela geração de aproximadamente 6,5 mil empregos diretos, além de inúmeros outros postos de trabalho indiretos em toda a sua vasta cadeia produtiva, que vai da extração à logística. A movimentação financeira do setor no Espírito Santo, impulsionada em grande parte pela produção cachoeirense, ultrapassa os R$ 6 bilhões anualmente, o que dimensiona o potencial impacto devastador da medida. Em 2024, o montante de exportações chegou a US$ 848,5 milhões, confirmando o forte desempenho do segmento.
Diante do cenário, o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço, manifestou profunda preocupação e classificou o anúncio da taxação como uma ameaça sem precedentes ao futuro do município. Em suas palavras, o gestor destacou o peso do setor para a vida da cidade.
“Esta potencial taxação de 50% é um golpe duríssimo para a nossa economia. Cachoeiro vive das rochas ornamentais; é o motor que sustenta milhares de famílias e move toda a nossa cadeia produtiva. Ver essa ameaça pairar sobre um setor que construímos com tanto esforço ao longo de décadas nos deixa em estado de alerta máximo”, afirmou o prefeito.
Os Estados Unidos são, historicamente, o principal destino das exportações de rochas brasileiras, absorvendo 56,3% de toda a produção enviada ao exterior. Uma barreira tarifária dessa magnitude tornaria o produto brasileiro pouco competitivo, abrindo espaço para concorrentes como Turquia, Índia e Itália.
O prefeito também fez um apelo por uma ação rápida das autoridades federais para evitar o que chamou de “desastre anunciado”.
“Nossos produtos são reconhecidos mundialmente pela qualidade, e os Estados Unidos são nosso principal parceiro comercial. Tornar nossas exportações inviáveis da noite para o dia seria devastador. Apelamos para que o governo federal atue com urgência na esfera diplomática para reverter essa situação e proteger nossos trabalhadores e empresários. O futuro de Cachoeiro depende de uma solução rápida e eficaz”, concluiu o prefeito.
O vice-prefeito Júnior Corrêa reforçou o alerta e destacou a união em torno dessa causa. “Estamos mobilizando toda a nossa estrutura administrativa e dialogando com entidades do setor para articular um posicionamento conjunto. Não podemos aceitar que décadas de trabalho e investimento sejam postas em risco por uma medida tão extrema. É hora de mostrar, nacional e internacionalmente, a força e a importância do polo de rochas ornamentais de Cachoeiro”, afirmou Júnior Corrêa.
A expectativa na região é de tensão, enquanto empresários e trabalhadores do setor aguardam os próximos passos das negociações diplomáticas, na esperança de que o impacto sobre a economia local possa ser evitado.
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