Setor de rochas corre para evitar perdas com tarifa imposta pelos EUA
A expectativa é que, até o final de julho, cerca de 1.200 contêineres deixem de ser embarcados, o que pode representar uma redução de aproximadamente US$ 40 milhões em exportações no mês de julho

A Associação Brasileira de Rochas Naturais (Centrorochas) segue atuando de forma intensa junto a entidades nacionais e internacionais para mitigar os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Desde o anúncio da medida, em 09 de julho, estima-se que cerca de 60% dos embarques de rochas naturais brasileiras programados para o mercado americano neste mês tenham sido suspensos. A expectativa é que, até o final de julho, cerca de 1.200 contêineres deixem de ser embarcados, o que pode representar uma redução de aproximadamente US$ 40 milhões em exportações no mês de julho.
A gravidade do cenário foi reforçada nesta semana pelo Natural Stone Institute (NSI), entidade parceira da Centrorochas nos Estados Unidos. Em vídeo encaminhado ao vice-presidente da Associação Brasileira de Rochas Naturais, Fábio Cruz, e ao presidente do NSI, Evan Cohen, o CEO da organização, Jim Hieb, compartilhou os desdobramentos de uma reunião realizada hoje (17 de julho) com a National Association of Home Builders (NAHB). Na mensagem, Hieb destacou o compromisso conjunto em defesa do setor de rochas naturais brasileiro no mercado americano e reconheceu o forte impacto da medida para os importadores norte-americanos.
Setor de rochas ornamentais
Diante disso, a Centrorochas reforça que a diversificação de mercados, embora parte da estratégia de longo prazo da associação, não é uma solução viável no curto prazo. Os Estados Unidos são, de longe, o principal destino das rochas naturais brasileiras, com características técnicas específicas, como a espessura das chapas, que tornam o redirecionamento imediato inviável. Além disso, não há, neste momento, outro mercado capaz de absorver o volume atualmente demandado pelos EUA.
Nos últimos anos, a Centrorochas tem conduzido uma estratégia consistente de expansão internacional, com ações estruturadas nos Emirados Árabes Unidos e a realização de estudos de mercado em países com alto potencial para as rochas brasileiras, como México, Polônia e Austrália. No entanto, diante do cenário atual, a prioridade da associação é uma atuação diplomática firme e coordenada, voltada à prorrogação do prazo de vigência da tarifa e à construção de soluções que garantam a continuidade das relações comerciais com o principal destino das exportações do setor.
Como parte desse esforço, a Centrorochas participou, no dia 15 de julho, da primeira reunião do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, coordenada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, representando o setor de rochas naturais nas articulações junto ao governo federal.
A entidade também mantém diálogo constante com a ApexBrasil, parceira no projeto setorial It’s Natural – Brazilian Natural Stone, colocando-se à disposição para integrar as rodadas de negociação com representantes do governo norte-americano e reforçando seu papel colaborativo na busca por soluções que preservem a competitividade do setor no mercado internacional.
Peso do mercado americano
Em 2024, os Estados Unidos responderam por 56,3% das exportações brasileiras de rochas naturais. No primeiro semestre de 2025, o setor registrou um recorde histórico, com US$ 426 milhões exportados ao mercado norte-americano, crescimento de 24,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Espírito Santo, principal estado exportador, foi responsável por mais de 94% desse volume.
A Associação Brasileira de Rochas Naturais seguirá atenta aos desdobramentos e reforçando suas ações institucionais, com o compromisso de defender a competitividade e a presença das rochas naturais brasileiras no cenário global.
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