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Política

Mucosite oral é alvo de debate na Assembleia Legislativa do ES

Comissão debateu com dentistas o uso de laser para tratar inflamação que causa úlceras na boca sobretudo em pacientes de câncer em tratamento com quimio e radioterapia

Por Redação

3 mins de leitura

em 11 de jul de 2023, às 13h09

Foto: Reprodução | ameo.org

A mucosite oral, reação inflamatória da mucosa da boca e do trato gastrointestinal, foi pauta na reunião desta terça-feira (11) da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales). Os cirurgiões bucomaxilofaciais Karla Ferreira e Valério Rodrigues falaram sobre a campanha Julho Bordô, de combate à mucosite oral. A doença é um dos principais efeitos adversos do tratamento de quimioterapia e radioterapia, em especial em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. 

Em sua palestra, a cirurgiã-dentista explicou que o tratamento oncológico afeta o organismo do paciente como um todo e a região da boca pode sofrer com as feridas intensas e dolorosas que, dependendo do grau, impedem alimentação e hidratação via oral.

Valério Rodrigues acrescentou que, além do impacto na qualidade de vida do paciente, a mucosite oral pode levar à interrupção temporária do tratamento oncológico, dificultando a recuperação. 

“A intercorrência de mucosite leva à internação do paciente e trava todo o sistema, desde a gestão hospitalar até a saúde, bem-estar e cura do paciente. Quando bem executado o plano de tratamento, temos resultados consideráveis, principalmente na não internação do paciente. Daí a importância de se investir em odontologia hospitalar”, defendeu. 

Laserterapia

O foco da campanha Julho Bordô deste ano é a orientação sobre o uso de laserterapia na prevenção e tratamento à complicação bucal causada pela quimioterapia e radioterapia. 

Segundo Karla Ferreira, o uso de laser no tratamento das lesões orais apresenta bons resultados clínicos e funcionais. “A laserterapia previne o aparecimento de lesões. E no caso do tratamento das úlceras tem efeito anti-inflamatório e analgésico, acelera a cicatrização e diminui as dores dos pacientes”, afirmou.

A cirurgiã-dentista explicou que o código da laserterapia foi incluído em uma portaria do SUS em 2020, mas, segundo a profissional, o sistema público ainda não conta com tabela de valores para o procedimento, o que dificulta a oferta do serviço em todos os hospitais.

Os deputados reforçaram a necessidade de oferecer tratamento amplo e eficaz. O presidente do colegiado, deputado Dr. Bruno Rezende (União), informou que a comissão vai encaminhar uma indicação ao governo do Estado para que a terapia com laser a pacientes com mucosite oral seja ofertada nos hospitais da rede pública. 

“A laserterapia evita intercorrências no paciente oncológico, mas infelizmente o tratamento não é ofertado pelo SUS. É preciso avaliar a possibilidade de contratualização direto com a rede ou de introdução de uma tabela no SUS Capixaba para que esse procedimento seja oferecido de fato a todos os capixabas”, concluiu.

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