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Turismo

Comissão de Turismo da Ales debate novo acesso ao parque do Caparaó

Construção do portal do parque nacional em Ibitirama pode gerar diversos benefícios econômicos para o município

Por Redação

4 mins de leitura

em 08 de dez de 2023, às 09h06

Foto: Divulgação

A importância da construção de um portal de acesso ao Parque Nacional do Caparaó em Ibitirama foi tema de audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto da Assembleia Legislativa (Ales). O evento aconteceu na noite de quinta-feira (7), no salão comunitário da Igreja Católica de São Sebastião, em Santa Marta, distrito do município. 

Na abertura dos trabalhos, o presidente do colegiado, Coronel Weliton (PTB), explicou que o portal é um assunto de importância econômica para o município e que tem potencial para contribuir, de forma transversal, para a ampliação das políticas públicas a serem desenvolvidas na cidade.

Segundo o deputado, o Espírito Santo possui uma vocação natural para o turismo, principalmente, na região do Caparaó, e a comunidade anseia há vários anos por um debate a respeito do portal. “Queremos abrir um portal para o Pico da Bandeira aqui em Ibitirama”, afirmou.

O petebista mencionou que 80% do parque está no Espírito Santo e que Ibitirama acabou sendo preterida ao longo dos anos, mesmo com a maior parte do parque ficando no seu território. “Quem explora a entrada é Minas Gerais e Dores do Rio Preto. Não queremos prejudicar essas regiões, mas o município precisa se manifestar e tomar as providências necessárias”, salientou.

Dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontam que, mesmo com a menor parte do território do parque, o lado mineiro recebeu quase cinco vezes mais turistas que o lado capixaba em 2019. Enquanto em Alto Caparaó (MG) foram registrados 100.143 visitantes, em Dores foram apenas 23.125. 

Weliton citou que está ocorrendo um crescimento do “turismo verde” em todo o mundo, e que, segundo o Ministério do Turismo, a cada R$ 1 investido no setor do turismo R$ 7 retorna para a região.

Impactos na cidade

Conforme o parlamentar, a abertura de um portal na cidade traria diversos benefícios, como geração de empregos e maior consciência ambiental. “Fizemos indicação de emenda parlamentar ao Orçamento estadual de 2024 de R$ 2 milhões para que o município, junto com o Estado, faça um projeto para construir esse portal onde o município entender que deve ser”, comunicou.

A secretária municipal de Turismo, Esporte e Cultura de Ibitirama, Ana Maria Vargas, disse que o portal seria algo fundamental para o município, em especial, para Santa Marta, com impacto em investimentos na comunidade para receber os futuros turistas. 

Três lugares são cogitados para receber o portal: Pedra Roxa, Posto dos Guardas e Toca de São Jorge. “Vamos estudar qual seria o melhor local para esse portal”, prometeu.

“O turismo é uma fonte ímpar de emprego e renda, acolhe diversos tipos de trabalhadores. É uma opção viável para a região, que trabalha muito a questão do café e a pecuária. São atividades importantes para o município, mas que podem ser somadas com o turismo”, disse o deputado Coronel Weliton.

Para o chefe do Parque Nacional do Caparaó e representante do ICMBio, Valdomiro Lopes, a construção do portal é uma demanda legítima do município. “Somos sensíveis ao tema e é importante discutir com a população. Administramos um patrimônio que é de toda a sociedade. A porção do território no Espírito Santo é grande e esse sentimento é justo”, ressaltou.

Lopes comentou que, no último plano de manejo do parque, realizado em 2015, houve uma tentativa de contemplar, com atrativos na área ambiental, todos os municípios que possuem área no parque. Segundo ele, caso o projeto do portal se concretize, será necessário um diálogo entre o órgão federal e o poder público. “A prefeitura de Ibitirama é peça-chave para lidar com o ICMBio sobre o tema”, garantiu. 

Francisco Faria, empreendedor do distrito de Santa Marta, lembrou que todo investimento traz impactos positivos e negativos e que isso precisaria ser levado em consideração. “O crescimento traz impactos e o ICMBio pode ajudar com esse trabalho do impacto”, sugeriu.

“Já acessamos o Pico da Bandeira por Alto Caparaó, por Dores do Rio Preto e por Ibitirama, numa trilha ‘clandestina’. O turismo, indiscutivelmente, é uma ferramenta que precisamos explorar, mas conversando com a comunidade”, completou. “A parceria dos empreendedores com os governos federal, estadual e municipal também é muito importante”, frisou o deputado Coronel Weliton.

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