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Saúde e Bem-estar

Transplante de ossos, já ouviu falar? Entenda como funciona

O médico enfatiza que o transplante de tecido osteoarticular é muito diferente dos outros órgãos

Por Redação

3 mins de leitura

em 14 de jun de 2024, às 10h12

Foto: Pexels
Foto: Pexels

Quando se pensa em doação de órgãos, as pessoas logo imaginam coração, rim, fígado, córnea, porém, a doação de tecidos para transplante de ossos também é de extrema importância no tratamento de lesões de cartilagem, cirurgias de coluna, trauma com extensa perda óssea, revisão de artroplastia de quadril e joelho, sequelas de uso de prótese, portadores de tumores ósseos, entre outras situações.

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Os especialistas de ortopedia da equipe de joelho do Hospital Meridional Cariacica, Julio Cesar Moulin e Brunno Giacomeli realizaram, recentemente, uma cirurgia de transplante osteoarticular de ligamento de cadáver. Foi feita uma revisão do ligamento cruzado anterior (LCA) no joelho do paciente, já operado anteriormente e que por algum motivo teve uma nova lesão, necessitando operar novamente, dessa vez, sendo realizada a cirurgia de transplante de osso.

Paciente recuperado

O paciente encontra-se totalmente recuperado. “Nesse caso o paciente teve rotura do ligamento, já operado anteriormente. Para não ter que retirar e usar enxerto do outro joelho, preferimos usar o tecido ósseo de um cadáver, ou seja do banco de ossos, que já vem pronto, e só adaptamos o mesmo na cirurgia anterior. O paciente tinha a lesão há três anos. A grande vantagem desse transplante, usando o banco de ossos, é que não precisamos fazer duas cirurgias ao mesmo tempo, preservamos o outro joelho do paciente. Assim, a recuperação cirúrgica é mais rápida, com menos dor e menor risco”, revelou Moulin.

Apesar de já ter realizado cirurgias semelhantes a esta em outras ocasiões, o especialista em ortopedia do Hospital Meridional Cariacica, Julio Cesar Moulin, explica que essa é uma cirurgia relevante, pois necessita do ligamento recebido de um banco de ossos. Hoje, no estado o Meridional Cariacica é o único hospital habilitado para fazer o transplante de ossos, ligamento e pele.

O Meridional trabalha com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO), um hospital do governo federal do Rio de Janeiro e referência nacional nesta área. “O Meridional está apto para fazer diversos transplantes, de modo geral, e o de tecido músculo esquelético se enquadra no rol dos que estamos habilitados a realizar. Utilizamos, então, o banco de ossos do INTO. Ele fornece o material processado e pronto para o transplante, seguindo todas as especificações solicitadas da equipe transplantadora”, esclareceu Moulin.

Como funciona o transplante de ossos?

O especialista explica que o transplante funciona da seguinte forma. “Quando tenho um paciente que necessita de um transplante músculo esquelético, entro em contato com o banco. Assim, eles captam dentro de minha solicitação ou verificam se tem em estoque no freezer. O material se mantém congelado a -100º C e é encaminhado para nós, por avião, na cabine do piloto, como qualquer outro órgão. E assim fazemos o transplante. Ainda não utilizamos a coleta no Estado, utilizamos o material que vem solicitado e adaptamos e modelamos o mesmo ao biotipo do paciente. Importante frisar que este material disponibilizado é totalmente gratuito”, afirmou.

O médico enfatiza, ainda, que o transplante de tecido osteoarticular é muito diferente dos outros órgãos. Ele não se deteriora, não tem antígeno, nem anticorpo. Então, a pessoa transplantada não precisa tomar remédio para o resto da vida, como os outros transplantes. O organismo aceita bem o hospedeiro.

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