Entre esta quarta (23) e quinta-feira (24), espera-se uma acentuada queda da pressão atmosférica sobre o norte da Argentina. E deve ocorrer uma ciclogênese e uma frontogênese, isto é, a formação de uma frente fria (frontogênese) e de um ciclone extratropical (ciclogênese).
Segundo a Climatempo, a acentuada queda da pressão do ar entre o Paraguai, o Brasil, Argentina e Uruguai entre quarta (23) e a quinta-feira (24), que depois vai gerar o ciclone extratropical, facilita a formação de nuvens de chuva forte no Sul do Brasil.
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Confira algumas coisas importantes da Climatempo que você precisa saber sobre este o ciclone extratropical:
É verdade que vai ter um ciclone esta semana no Brasil?
É verdade. Mas, ele só vai se formar na quinta-feira (24), entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. E vai se afastar rapidamente em alto mar no decorrer da sexta-feira (25).
O que é um ciclone extratropical?
É uma região na atmosfera, fora da região tropical do globo terrestre. Com isso, a pressão atmosférica fica muito baixa, em várias altitudes, e ocorre um movimento de ventos circular, no sentido horário (mesmo sentido dos ponteiros de um relógio analógico).
Quanto mais baixa a pressão do ar, mais intenso será o movimento do ar de baixo para cima nas proximidades daquela região onde está o centro de baixa pressão. Isto significa que fica mais fácil a formação das nuvens cumulonimbus, que têm potencial para provocar temporais.
Além disso, quando a pressão do ar cai muito em uma região, aumenta a diferença com a pressão do ar em regiões próximas do centro de baixa. Quanto maior esta diferença, quanto maior este contraste, maior será a velocidade dos ventos.
Ciclones extratropicais são sistemas meteorológicos bastante comuns no Uruguai, no norte e leste da Argentina e no Rio Grande do Sul. Podem se formar sobre esta parte da América do Sul, mas também podem vir acompanhando frentes frias vindas da Antártica.
Este ciclone extratropical é forte?
Até o momento, as simulações atmosféricas dos modelos computacionais de previsão, tanto do modelo europeu (ECMWF) como do modelo dos Estados Unidos (GFS) indica que este ciclone extratropical vai ser forte.
A pressão atmosférica no centro da baixa pressão associada a este ciclone deve alcançar um valor abaixo de 1000 hectopascais (hPa). Que é uma medida da pressão do ar. (A temperatura pode ser medida em graus Celcius, por exemplo, e a pressão do ar, em hectopascais).
Tecnicamente, qualquer baixa pressão com 1000 hPa ou menos é considerada uma baixa pressão potencialmente perigosa para provocar vento forte. Além disso, de desenvolver nuvens de grande porte, de grande extensão vertical, que são nuvens de temporal.
Tem risco deste ciclone passar no Sul e no Sudeste?
Este ciclone vai se formar durante a quinta-feira (24), entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai, e vai se afastar rapidamente sobre alto-mar na sexta-feira (25), já se afastando do Brasil.
O ciclone extratropical não vai passar sobre o sul ou sudeste do Brasil e não vai avançar pela costa do sul e do sudeste.
Trajetória do ciclone extratropical
É importante esclarecer que este ciclone extratropical não vai avançar para a costa das Regiões Sul e Sudeste do Brasil.
A previsão é de que o sistema se forme no decorrer da quinta-feira (24), e já na madrugada da sexta, dia 25, esteja sobre o mar, perto do litoral do Rio Grande do Sul. No decorrer da sexta-feira (25), o ciclone extratropical vai se deslocando para alto-mar, ainda na altura do Rio Grande do Sul, sempre se afastando do continente.
À medida que o ciclone se afasta em alto-mar, seus efeitos enfraquecem tanto no continente quanto nas áreas próximas ao litoral. O gradual afastamento do ciclone para alto-mar faz com que os ventos enfraqueçam nas áreas próximas ao Sul do Brasil no decorrer da sexta-feira (25).
Portanto, este ciclone extratropical não vai passar pelo litoral de São Paulo, nem do Rio De Janeiro ou do Espírito Santo.
Rajadas de vento
Este novo ciclone extratropical que deve se organizar durante a quinta-feira (24) entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. Ele tem potencial para provocar fortes rajadas de vento, independente da ocorrência de chuva.
A possibilidade de fortes rajadas de vento, entre 70 e 90 km/h, associadas a diretamente a esse ciclone extratropical devem ser consideradas no decorrer da quinta-feira (25). Especialmente sobre o Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Esta estimativa é preliminar e será reavaliada no desenvolvimento do ciclone.
Porém, os efeitos da circulação de ventos do ciclone extratropical extrapolam esses dois estados. Também poderão ser sentidos em áreas do oeste e sul do Paraná, Paraguai, oeste e sul de Mato Grosso do Sul.
A maior parte do Paraná, estados de São Paulo e do Rio de Janeiro e o de Sul de Minas poderão sentir fortes rajadas de vento associadas ao deslocamento desse ciclone no decorrer da sexta-feira (25), que já estará sobre o mar aberto, afastando-se em alto-mar.
Mar agitado
Além disso, a passagem do ciclone extratropical pelo extremo sul do Brasil vai deixar o mar agitado. Esta é uma situação bastante comum. Ventos fortes provocados pelos ciclones extratropicais deixam o mar agitado e causam elevação das ondas, o que aumenta o risco de eventuais ressacas.
Por isso, pode-se esperar uma elevação das ondas na costa do Sul e do Sudeste no fim desta semana.
No decorrer da quinta-feira (24), o mar agitado e a elevação das ondas devem começar a ser observados principalmente na costa do Rio Grande do Sul. Mas, ao longo do dia a agitação no mar se espalha também para as áreas em alto-mar na costa da Região Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Na quinta-feira (24), não há expectativa ainda de elevação relevante de ondas no litoral de São Paulo e nem do Rio de Janeiro.
No decorrer da sexta-feira (25), e principalmente no fim de semana, deve ocorrer a elevação das ondas nas praias de toda a Região Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo. Embora o ciclone extratropical já esteja afastado da costa brasileira. Há risco de ressaca.
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