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Política

“A inclusão é um caminho sem volta”, diz treinador sobre inclusão de PcD

O professor coordena um projeto esportivo de inclusão e afirmou que o Espírito Santo é uma potência no esporte paralímpico.

Por Redação

3 mins de leitura

em 05 de nov de 2024, às 12h53

Foto: Reprodução | Placarsoft
Foto: Reprodução | Placarsoft

Treinador de campeões olímpicos, o técnico da seleção brasileira de natação paralímpica Leonardo Miglinas participou da reunião da Comissão de Turismo e Desporto para falar sobre políticas públicas de lazer e de esporte para pessoas com deficiência.

“A inclusão é um caminho sem volta. Vivemos em um mundo com pessoas diferentes e essas pessoas têm direitos que precisam ser respeitados. E em algum momento, isso pode mexer com o seu privilégio enquanto pessoa que não vive com alguma limitação específica”, destacou Miglinas.

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O professor coordena um projeto esportivo de inclusão e afirmou que o Espírito Santo é uma potência no esporte paralímpico.

Inclusão social

“Nosso projeto tem atualmente 350 pessoas com deficiência, em quatro modalidades: natação, bocha, dança e golbol. Em 2024, foram duas medalhas nas olimpíadas de Paris. Mas além do investimento, precisamos de uma mudança de consciência coletiva sobre a pessoa com deficiência, com foco no seu potencial, e não na sua condição médica. O olhar da sociedade precisa mudar”, ressaltou. 

Defensor da inclusão social há décadas, Miglinas ajudou a viabilizar projetos de praia acessível para pessoas que utilizam cadeira de rodas em Vitória e em Vila Velha. “As pessoas com deficiência têm direito ao esporte e ao lazer. Nossas legislações sobre esse assunto evoluíram muito nos últimos anos, mas há muita coisa para se colocar em prática”.

O técnico também falou sobre a necessidade de maior investimento dentro dos próprios clubes para que desenvolvam o esporte paralímpico, além da aquisição de materiais adaptados e da garantia de acessibilidade em todos os espaços de práticas de esporte e lazer.

“O poder público tem obrigação de atuar no acesso e na garantia de direitos das pessoas com deficiência. E isso também passa por leis mais rígidas e eficazes”, falou o presidente da Comissão de Turismo e Desporto, deputado Coronel Weliton (PRD).

Capacitação profissional

Segundo Miglinas, a capacitação dos profissionais que atendem crianças e adolescentes é uma demanda urgente da área. “Não podemos aceitar que uma família não matricule seu filho com deficiência em uma natação, por exemplo, porque o professor diz que não tem capacidade de atender a esse aluno”.

Para o professor, não faltam técnica e conhecimento, mas, sim, acolhimento e sensibilidade por parte dos profissionais da área da educação. “A escola precisa entender que ter um aluno com deficiência é um presente! É uma oportunidade para os profissionais da escola se capacitarem e crescerem. Além disso, para os alunos, é uma oportunidade de trabalhar a inclusão e a empatia. Crianças com colegas com deficiência na sala de aula vão crescer com outra perspectiva de realidade social”, pontuou o professor.

Infraestrutura básica

Outro ponto em debate foi a infraestrutura básica das cidades, como rampas e espaços acessíveis às pessoas com mobilidade reduzida. “Infelizmente, nós ainda precisamos falar do básico. Na prática, não temos cidades acessíveis e acolhedoras a pessoas com deficiência. E isso também passa pela educação e pelo respeito da sociedade como todo. Eu estou falando do básico, de respeitar a vaga da pessoa com deficiência, de não estacionar na rampa. Temos muito o que trabalhar nesse sentido”, disse.

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