A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) deflagrou, na última sexta-feira (17), a segunda fase da Operação “Grande Família”, que teve como objetivo desarticular uma organização criminosa familiar envolvida no tráfico de drogas em Guarapari.
A ação foi conduzida pela Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc) e pela Delegacia Especializada de Infrações Penais e Outras (Dipo) do município de Guarapari, com o apoio da Secretaria de Justiça (Sejus), Polícia Penal (PP) e Polícia Militar (PM).
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Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, resultando na detenção de dois suspeitos no bairro Kubitschek e outros dois no bairro Muquiçaba. A operação é o desdobramento de investigações iniciadas em 2023, que revelaram uma organização criminosa estruturada e composta majoritariamente por membros de uma mesma família.
Proteger moradores e turistas
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, informou que a escolha de Guarapari como alvo da operação reflete a importância estratégica da cidade. “Guarapari é um dos principais destinos turísticos do Estado, recebendo de 500 mil a 1 milhão de visitantes durante a alta temporada. Esse grande fluxo de pessoas atrai organizações criminosas, que exploram o tráfico de drogas e outros crimes. Operações como a ‘Grande Família’ são essenciais para proteger a população e preservar a segurança da região”, afirmou.
Segundo Arruda, o combate ao tráfico de drogas é uma prioridade da Polícia Civil do Espírito Santo. “Operações como esta demonstram o compromisso das forças de segurança em desmantelar organizações criminosas e proteger a sociedade”, frisou.
As investigações apontaram que o núcleo familiar desempenhava papéis bem definidos no esquema criminoso. O líder da organização era responsável por negociar diretamente com facções criminosas do Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho, para adquirir grandes quantidades de entorpecentes.
“Os integrantes da organização utilizavam menores de idade para comercializar drogas em pontos estratégicos da cidade, como praias e bairros movimentados. A esposa do líder cuidava da parte financeira, administrando pagamentos e recebimentos via Pix, enquanto a mãe armazenava as drogas na residência. Essa logística foi pensada para dificultar a identificação dos líderes pela polícia, mas as investigações demonstraram o envolvimento direto de todos os membros”, detalhou o delegado Marcelo Santiago, titular da Dipo e responsável pela operação.
Importância do 181
A investigação contou com a colaboração do Disque-Denúncia 181 e um trabalho minucioso de campo realizado pelas equipes da Denarc e da Dipo. Na primeira fase da operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão que levantaram elementos fundamentais para identificar os líderes e os modos de operação do grupo.
“Durante a segunda fase, conseguimos efetuar quatro prisões importantes. Foram detidos a mãe, a esposa e um dos irmãos do líder, além de outro integrante da organização. Três suspeitos seguem foragidos, incluindo um dos irmãos do chefe do grupo. Já divulgamos as imagens desses indivíduos para a imprensa e contamos com o apoio da população para localizá-los”, afirmou Santiago.
Além disso, a operação identificou que a organização criminosa mantinha relações diretas com traficantes de facções cariocas, garantindo um fluxo constante de entorpecentes para abastecer o mercado local.
Uma das práticas mais preocupantes apontadas pela investigação foi o uso de menores de idade nas atividades criminosas. Esses adolescentes eram colocados na linha de frente da operação, sendo responsáveis por traficar os entorpecentes.
“Infelizmente, essa é uma prática recorrente, pois a legislação trata os menores de forma mais branda. A partir do momento em que um menor é apreendido, outro o substitui rapidamente. Esse ciclo reforça a necessidade de medidas mais rígidas para combater o tráfico de drogas e a corrupção de menores”, destacou o delegado Marcelo Santiago.
As diligências continuam para localizar os suspeitos foragidos e aprofundar a investigação, especialmente no que se refere à conexão da organização com facções de outros estados.
A Polícia Civil reforça o pedido de apoio à população, que pode colaborar com informações por meio do Disque-Denúncia 181. O canal é sigiloso e seguro, garantindo a confidencialidade do denunciante.
Operação “Grande Família” – A operação recebeu esse nome devido à participação predominante de membros de uma mesma família na organização criminosa. Eles atuavam em diferentes funções, desde o armazenamento e o tráfico de drogas até a gestão financeira do esquema.
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