Política Regional

Comissão de Saúde da Ales criará grupo de trabalho sobre epilepsia

A medida foi anunciada durante reunião da Comissão, que contou com a presença de especialistas da área da saúde, representantes da sociedade civil, pacientes e familiares

Por Redação

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em 21 de maio de 2025, às 10h37

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O deputado estadual Dr. Bruno Resende, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, anunciou nesta terça-feira (20) a criação de um grupo de trabalho específico para tratar da epilepsia no Espírito Santo. A medida foi anunciada durante reunião da Comissão, que contou com a presença de especialistas da área da saúde, representantes da sociedade civil, pacientes e familiares.

“Essa é uma pauta que precisa ser melhor organizada, e o grupo de trabalho vai nos permitir estruturar propostas e levar pleitos concretos à Secretaria de Estado da Saúde. O objetivo é aprimorar as políticas públicas voltadas para quem convive com a epilepsia”, afirmou o deputado, que é médico.

Dr. Bruno Resende já tem dois projetos de lei tramitando na Assembleia sobre o tema. Um deles, o PL 490/2024, prevê a criação da Carteira de Identificação da Pessoa com Epilepsia. Já o PL 489/2024 institui o dia estadual da conscientização sobre a epilepsia, a ser comemorado em 28 de março.

“A crise pode acontecer a qualquer momento, numa calçada, numa piscina, no transporte público, e quem está ao lado precisa saber o que fazer. Por isso a importância da carteirinha: ela orienta sobre os primeiros socorros e pode ser decisiva para salvar vidas”, explicou o deputado.

A reunião também contou com a participação do neuronutricionista Gustavo Corrêa, que apresentou dados e experiências sobre o uso da dieta cetogênica no controle das epilepsias de difícil manejo. Essa é uma dieta com baixo teor de carboidratos, rica em gorduras e moderada em proteínas.

Dieta cetogênica

Ele explicou que se trata de uma abordagem terapêutica antiga, que simula os efeitos do jejum e atua na regulação de neurotransmissores ligados ao controle das crises. “No caso do meu filho, a dieta cetogênica promoveu o controle total das crises. Mas ela exige acompanhamento especializado e contínuo”, afirmou Gustavo. Ele defendeu mais capacitação profissional e a incorporação dessa estratégia nas políticas públicas de saúde.

Gustavo Corrêa destacou também que, no mundo, existem cerca de 70 milhões de pessoas com epilepsia. Não há dados precisos no Brasil, mas estima-se que sejam de 3 a 4 milhões de pessoas. No Espírito Santo, são 82 mil. “Considerando que afeta todo o núcleo familiar, e considerando cada família com 4 pessoas, podemos dizer que temos 330 mil pessoas afetadas, ou 8% da população capixaba”, disse Gustavo.

Inclusão

A embaixadora da Associação Brasileira de Epilepsia no Espírito Santo (ABE/ES), Jacqueline Barros, reforçou a importância da conscientização e da inclusão. Ela destacou que a epilepsia ainda é cercada por estigmas e desinformação, o que impacta diretamente a qualidade de vida dos pacientes.

A ABE/ES vem atuando para ampliar o debate público, garantir acesso a medicamentos e promover ações educativas. Para Jacqueline, a criação do grupo de trabalho é um passo fundamental: “Precisamos de uma rede de cuidado articulada, que inclua desde diagnóstico precoce até suporte psicossocial. Políticas públicas eficazes salvam vidas e devolvem dignidade a quem convive com a epilepsia”.

Dr. Bruno Resende reafirmou o compromisso da Comissão com o tema e se colocou à disposição para ouvir especialistas, familiares e entidades. “Esse grupo será uma ponte entre o Legislativo, os profissionais da saúde e a população. A gente só avança quando escuta quem vive o problema na prática”, disse o deputado.

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