Espírito Santo

Empresas do ES pretendem investir em ações de descarbonização

Pesquisa inédita no Estado foi realizada por meio da parceria entre Bandes e Observatório Findes

Por Redação

6 mins de leitura

em 17 de mar de 2025, às 17h28

Foto: Divulgação
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A descarbonização e a eficiência energética são temas que já fazem parte do dia a dia das empresas do Espírito Santo. Os dados da Pesquisa Descarbonização e Eficiência Energética 2025 mostram que sete em cada dez das empresas capixabas pretendem ou avaliam investir em ações de descarbonização. Segundo o estudo, 56% das empresas afirmam que pretendem investir nos próximos 18 meses e 16% avaliam a possibilidade de realizar investimentos futuros.  

O estudo inédito feito por meio de uma parceria entre o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e o Observatório Findes, foi divulgado em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17), na sede da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). 

O presidente da Findes, Paulo Baraona, explica que a pesquisa é muito importante, uma vez que ela vai ao encontro do que o setor produtivo vem buscando cada vez mais: procurar soluções que contribuam para um futuro de baixo carbono e que fortaleçam o movimento de transição energética no nosso Estado e país. 

Gerar potenciais parcerias

“A partir desse levantamento será possível, de forma conjunta entre a iniciativa privada e o poder público, identificar oportunidades comerciais e gerar potenciais parcerias que estejam alinhadas às estratégias de diversificação da matriz energética e descarbonização. A indústria tem cada vez mais liderado essa agenda e a Findes é uma grande entusiasta e estimuladora do desenvolvimento de tecnologias e inovações que contribuam para tornar os negócios mais eficientes, produtivos e sustentáveis”, afirma. 

“A descarbonização é um tema que veio pra ficar e esse compromisso precisa ser convertido em investimentos concretos. É neste ponto que o Bandes exerce seu papel determinante. Como instrumento financeiro do governo do Estado, sobretudo sob a liderança do governador Renato Casagrande, que é um líder nacional na temática, o banco atua para transformar diretrizes de sustentabilidade em projetos viáveis, proporcionando as condições necessárias para que as empresas capixabas avancem nesta agenda. O desenvolvimento sustentável exige planejamento e acesso a recursos. Nesse sentido, o Bandes está se adiantando para impulsionar esse movimento, com vistas a garantir que o Espírito Santo alcance os objetivos de descarbonização com solidez econômica e protagonismo perante o cenário nacional”, pontuou o diretor-presidente do Bandes, Marcelo Saintive. 

Pesquisa Descarbonização e Eficiência Energética 2025

A Pesquisa Descarbonização e Eficiência Energética 2025, divulgada nesta segunda-feira (17/03), é um levantamento inédito realizado no Estado por meio de uma parceria entre o Bandes e o Observatório Findes. A coleta de dados ocorreu entre os dias 11 e 29 de novembro de 2024, com participação de 200 empresas, distribuídas em 33 municípios capixabas. 

O estudo teve como objetivo avaliar o nível de conhecimento e o interesse das empresas, em especial das indústrias, em realizar investimentos nas áreas de descarbonização e eficiência energética. Das empresas que responderam, 59% são da indústria de transformação e 14% atuam no segmento de construção. Além disso, 49% das empresas declararam ser de médio porte e outros 34% de pequeno porte. 

De acordo com a pesquisa, 18% dos respondentes declararam ter conhecimento avançado sobre descarbonização e eficiência energética. A economista-chefe da Findes e gerente do Observatório Findes, Marília Silva, explica que o indicador significa que a empresa possui domínio do tema e acompanha tendências e inovações regularmente. Já 34% declararam ter conhecimento intermediário e 40% conhecimento básico sobre o tema. 

Quando perguntados sobre o interesse que possuem sobre o tema, 37% responderam ter interesse elevado, considerando a descarbonização um tema estratégico, com a empresa buscando ativamente implementar soluções nessa frente, 40% têm interesse moderado, 22% pouco interesse e apenas 2% nenhum interesse. 

Já com relação as motivações para o interesse das empresas em projetos de descarbonização, sendo que poderiam escolher mais de um tema, 82% dos respondentes declararam o compromisso ambiental como sua principal motivação, o que significa que a empresa tem uma iniciativa voluntária com foco na sustentabilidade ambiental. E, 66%, apontaram que a motivação vem de iniciativa interna, ou seja, decisão estratégica da alta gestão para reduzir custos como motivação principal. 

Outro tópico pesquisado foi a maturidade das empresas com relação ao tema. Nessa questão, 54% das empresas já implementaram medidas de eficiência energética e 51% já implementaram medidas de Gestão de Resíduos e Economia Circular. Por outro lado, entre as medidas menos adotadas estão: implementação de medidas de descarbonização no transporte e logística (10%) e implementaram medidas de inovação e P&D em tecnologias verdes (7%). 

A pesquisa também avaliou a intenção das empresas em realizar investimentos em projetos que visem a adoção de medidas de descarbonização nos próximos 18 meses. Entre elas, 56% afirmaram que pretendem investir nos próximos 18 meses; 16% estão avaliando a possibilidade de realizar investimentos e 16% não tem a intenção de realizar investimento no período considerado. 

“A transição para uma economia de baixo carbono já é uma realidade inadiável, e os resultados desta sondagem, conduzida em parceria com a Findes, oferecem um panorama importante sobre o posicionamento das empresas capixabas diante dessa urgência. No Bandes, temos o compromisso de fomentar iniciativas sustentáveis e estruturar soluções financeiras alinhadas às demandas do setor produtivo, garantindo que a descarbonização aconteça de forma competitiva e viável técnica e financeiramente”, destaca a diretora Operacional do Bandes, Gabriela Vichi. 

Ainda de acordo com os dados da pesquisa, o financiamento completo seria o principal tipo de recurso financeiro que a empresa utilizaria (48%), seguido por capital próprio (32%). Além disso, 26% teriam até R$ 500 mil de valor disposto para investimento e 11% entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões 

Já entre o grau de interesse em diferentes grupos de projetos de descarbonização, a eficiência energética lidera com 88% das empresas, seguida pelo uso de energias renováveis (86%) e gestão de resíduos/economia circular na sequência (78%). 

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